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São Paulo, sexta-feira, 19 de setembro de 2003

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TÊNIS

Com pífias atuações fora de casa na era Guga, Brasil enfrenta Canadá, piso e má fase de seu astro para não descer na Davis

País encara retrospecto para ficar na elite

FERNANDO ITOKAZU
DA REPORTAGEM LOCAL

Desde 1997, quando voltou a ser membro da elite da Copa Davis, o Brasil nunca enfrentou problemas para manter essa condição.
Nas repescagens de 1997, 1998 e 2002, o país jogou em casa e não encontrou dificuldades para derrotar seus adversários e se manter no grupo dos 16 melhores.
Agora, pela primeira vez na era Gustavo Kuerten, o Brasil tenta se segurar na nata do torneio entre países fora de seus domínios.
A equipe enfrenta a partir de hoje até domingo o Canadá, em Calgary. Os jogos serão no carpete, em quadra coberta, condições estabelecidas pelos anfitriões -o Brasil perdeu os três confrontos que teve no carpete desde 1997.
Guga estreou na Davis em 1996 e, no ano seguinte, atingiu a primeira grande conquista de sua carreira ao vencer Roland Garros.
Com a ascensão do maior tenista de sua história, o Brasil passou a ostentar um novo status.
"É claro que o Guga mudou o perfil da equipe. Qualquer time perderia sem ele", afirmou o capitão brasileiro, Ricardo Acioly.
Além de jogar fora de casa, onde venceu apenas um dos quatro confrontos disputados desde 1997, o Brasil vê seu astro atravessar uma fase muito diferente da de 2000, quando alcançou o topo do ranking e comandou a equipe até a semifinal da competição.
Kuerten já disse que não pensa mais em ser o número um, e até a volta ao top ten está distante.
Na semana passada, ele foi eliminado nas semifinais do Torneio da Costa do Sauípe.
Como não defendeu o título de 2002, caiu três posições no ranking e atualmente é o 17º.
Além disso, Guga afirmou que desde a cirurgia no quadril direito tem encontrado dificuldade para manter o alto nível em partidas longas, em melhor de cinco sets, justamente o tipo de disputa que enfrentará em Calgary.
Outro titular brasileiro nos jogos de simples, Flávio Saretta vive o melhor momento de sua carreira e ocupa o 44º lugar do ranking.
Saretta, porém, tem pouca experiência em Davis. Disputou dois jogos pela competição e registra uma vitória e uma derrota.
O triunfo foi obtido quando a queda diante dos tchecos já estava definida, em 2002. A derrota aconteceu em fevereiro, na definição da vitória sueca. Na ocasião, Saretta disse que sentiu a pressão.
"Isso [fazer apenas o terceiro jogo na Davis] não me preocupa. Estou preparado", afirmou o número dois do Brasil, que disputa o primeiro jogo do confronto, às 19h, contra Frederic Niemeyer.
Apesar de o Canadá não ter nenhum representante entre os top 200 em simples e não aparecer na elite desde 1992, os brasileiros dizem não esperar facilidade.
"Nós temos uma pedreira pela frente", declarou Guga, que enfrenta hoje Daniel Nestor. "Ele joga bem nesse tipo de piso e vai sacar e volear o tempo todo."


NA TV - Canadá x Brasil, ao vivo, às 19h, na Sportv


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