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FUTEBOL
Após o abismo que separava São Paulo e Corinthians no 1º turno, equilíbrio entre as equipes marca reencontro
Morumbi vê ex-melhor contra ex-pior
RICARDO PERRONE
TONI ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL
Quase quatro meses depois, Corinthians e São Paulo se enfrentam hoje no Morumbi agora sem
o abismo que os separava no primeiro turno do Brasileiro.
O clássico do dia 30 de maio,
que terminou em empate de 1 a 1,
marcou a estréia do técnico Tite
no Corinthians. Na ocasião, o treinador gaúcho lamentou debutar
contra o time que considerava o
melhor do campeonato.
"O futebol é dinâmico, e o São
Paulo não é mais o melhor. Agora
Santos e Atlético-PR são os melhores. As coisas mudaram, e nós
não estamos mais entre os piores", declarou Tite.
Os dois times entram em campo
separados por apenas um ponto.
A vantagem é são-paulina: 49 a
48. No jogo anterior, então terceiro colocado e credenciado para
disputar a semifinal da Libertadores contra o desconhecido Once
Caldas, o clube do Morumbi tinha
14 pontos, contra apenas sete do
rival, que estava em 17º e vinha de
uma goleada de 5 a 0 para o Atlético-PR em pleno Pacaembu.
Hoje a realidade é outra. Comandados por Emerson Leão,
substituto de Cuca, os são-paulinos lutam para, pelo menos, alcançar a zona da Libertadores.
No primeiro turno, o São Paulo
tinha o dobro de aproveitamento
do adversário. Conquistara 66,7%
dos pontos, contra 33,3%. Eram
quatro vitórias, o dobro do número obtido pelo oponente de hoje.
A arrancada corintiana iniciada
com Tite deixou os dois cubes
com aproveitamentos bem parecidos. Os são-paulinos registram
54,4%, e os corintianos, 52,2%.
A diferença agora é de uma vitória a mais para o time do Morumbi (14 a 13). Os dois clubes têm o
mesmo número de derrotas (9).
Antes do confronto anterior, os
corintianos já tinham perdido
quatro vezes, contra só uma dos
são-paulinos, que chegaram a liderar a competição sob o comando do então prestigiado Cuca.
"Temos que aproveitar que estamos perto para passar o time
deles na tabela", disse Jô.
Os atletas corintianos creditam
a recuperação da equipe ao trabalho de Tite, que elege o "equilíbrio
emocional" deles para enfrentar a
pressão dos tempos em que o time estava na rabeira do torneio.
Tite, no entanto, prefere justificar a queda do inimigo com as
transferências para o exterior que
vêm desmontando os times durante o Brasileiro. "O São Paulo
perdeu jogadores importantes,
por isso caiu um pouco."
No São Paulo, o trabalho de
Leão é resgatar a auto-estima do
grupo. Após o treinamento de anteontem, ele fez elogios ao atacante Grafite, que tem sido alvo de
marcação cerrada da torcida. "Estou gostando do rendimento dele.
Ele [Grafite] não tem que jogar
para a torcida e sim para o seu
treinador e para o time."
Em relação à vantagem do São
Paulo sobre o Corinthians nos últimos confrontos -três vitórias e
um empate-, o treinador disse
não se apoiar em números para
motivar sua equipe. "Perder ou
ganhar em clássico é normal. O
problema é que quem perde não
admite isso", finalizou.
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