São Paulo, domingo, 19 de setembro de 2004

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FUTEBOL

Após o abismo que separava São Paulo e Corinthians no 1º turno, equilíbrio entre as equipes marca reencontro

Morumbi vê ex-melhor contra ex-pior

RICARDO PERRONE
TONI ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL

Quase quatro meses depois, Corinthians e São Paulo se enfrentam hoje no Morumbi agora sem o abismo que os separava no primeiro turno do Brasileiro.
O clássico do dia 30 de maio, que terminou em empate de 1 a 1, marcou a estréia do técnico Tite no Corinthians. Na ocasião, o treinador gaúcho lamentou debutar contra o time que considerava o melhor do campeonato.
"O futebol é dinâmico, e o São Paulo não é mais o melhor. Agora Santos e Atlético-PR são os melhores. As coisas mudaram, e nós não estamos mais entre os piores", declarou Tite.
Os dois times entram em campo separados por apenas um ponto. A vantagem é são-paulina: 49 a 48. No jogo anterior, então terceiro colocado e credenciado para disputar a semifinal da Libertadores contra o desconhecido Once Caldas, o clube do Morumbi tinha 14 pontos, contra apenas sete do rival, que estava em 17º e vinha de uma goleada de 5 a 0 para o Atlético-PR em pleno Pacaembu.
Hoje a realidade é outra. Comandados por Emerson Leão, substituto de Cuca, os são-paulinos lutam para, pelo menos, alcançar a zona da Libertadores.
No primeiro turno, o São Paulo tinha o dobro de aproveitamento do adversário. Conquistara 66,7% dos pontos, contra 33,3%. Eram quatro vitórias, o dobro do número obtido pelo oponente de hoje.
A arrancada corintiana iniciada com Tite deixou os dois cubes com aproveitamentos bem parecidos. Os são-paulinos registram 54,4%, e os corintianos, 52,2%.
A diferença agora é de uma vitória a mais para o time do Morumbi (14 a 13). Os dois clubes têm o mesmo número de derrotas (9). Antes do confronto anterior, os corintianos já tinham perdido quatro vezes, contra só uma dos são-paulinos, que chegaram a liderar a competição sob o comando do então prestigiado Cuca.
"Temos que aproveitar que estamos perto para passar o time deles na tabela", disse Jô.
Os atletas corintianos creditam a recuperação da equipe ao trabalho de Tite, que elege o "equilíbrio emocional" deles para enfrentar a pressão dos tempos em que o time estava na rabeira do torneio.
Tite, no entanto, prefere justificar a queda do inimigo com as transferências para o exterior que vêm desmontando os times durante o Brasileiro. "O São Paulo perdeu jogadores importantes, por isso caiu um pouco."
No São Paulo, o trabalho de Leão é resgatar a auto-estima do grupo. Após o treinamento de anteontem, ele fez elogios ao atacante Grafite, que tem sido alvo de marcação cerrada da torcida. "Estou gostando do rendimento dele. Ele [Grafite] não tem que jogar para a torcida e sim para o seu treinador e para o time."
Em relação à vantagem do São Paulo sobre o Corinthians nos últimos confrontos -três vitórias e um empate-, o treinador disse não se apoiar em números para motivar sua equipe. "Perder ou ganhar em clássico é normal. O problema é que quem perde não admite isso", finalizou.


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