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Brasil recebe 1º Mundial em canal para piracema
Competição de canoagem slalom acontece em "rio" criado para usina de Itaipu
Trecho de 10 km liga o Paraná ao reservatório, serve de caminho para os peixes e tem corredeira ideal para prática do esporte
MARIANA LAJOLO
DA REPORTAGEM LOCAL
Até o ano passado, o Canal da
Piracema era tomado apenas
por peixes que cumpriam seus
10 km para superar o desnível
de 120 m entre o rio Paraná e o
reservatório da hidrelétrica de
Itaipu e desovar.
Quando um trecho de 430 m
de corredeiras foi liberado, o local entrou para o calendário
mundial do esporte.
Itaipu tem hoje a melhor pista de canoagem slalom da América Latina. A modalidade ainda é pouco divulgada no país,
mas o circuito já chama a atenção dos melhores do mundo.
E, a partir de hoje, boa parte
deles estará nas águas do canal
para disputar o Campeonato
Mundial, o primeiro realizado
no Brasil, que distribuirá 60%
das vagas em Pequim-2008.
O torneio receberá 292 atletas de 62 países na busca por 46
postos na Olimpíada.
"Para nós, a pista é fundamental. E, no campeonato, poderemos estar em contato com
os melhores do mundo", afirmou Argos Rodrigues, superintendente da Confederação Brasileira de Canoagem.
Segundo o dirigente, a organização do Mundial está sendo
bancada por Itaipu e pelo Ministério do Esporte e foi despendido R$ 1,2 milhão.
O canal da prova tem 430 m
de extensão e desnível de 7,2 m.
Foi projetado para criar um regime turbulento nas águas,
quando necessário, e tem obstáculos naturais e artificiais.
No período da piracema, de
outubro a fevereiro, porém,
não pode ser usado, para evitar
impacto sobre o processo.
"A pista é bem técnica, e a
concentração é fundamental
para não cometer nenhum erro", afirmou o duas vezes campeão mundial (1999 e 2002)
David Ford, do Canadá.
O destaque do torneio é o bicampeão olímpico (Sydney-2000 e Atenas-2004) Tony Estaguet, no C1. Gustavo Selbach,
do K1, é a principal esperança
brasileira. Os atletas entram na
água a partir das 9h.
Antes, porém, terão de limpar seus barcos e remos com
um banho de água clorada.
A bacia do rio Paraná abriga o
"mexilhão dourado", um molusco de duas conchas originário da Ásia, que se tornou uma
praga e pode causar danos ambientais e às usinas. Ele se fixa
em qualquer superfície dura,
agrega-se e cobre vastas áreas.
Nas usinas, por exemplo, pode prejudicar equipamentos
submersos e obstruir tubulações. O "banho" evitará que os
animais sejam levados para outros lugares e para fora do país.
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