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FUTEBOL
Como Grêmio e Gama, que jogam hoje, equipes com goleadores vão mal
Rodada expõe fracasso dos times de um só artilheiro
PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL
A artilharia do principal torneio
do país. O que é um sonho para
qualquer atacante é sinônimo de
fracasso para os clubes no Brasileiro-2002, assim como na maior
parte da história do certame.
Que o digam os torcedores de
Grêmio e Gama, que se enfrentam
hoje em Porto Alegre.
Essas equipes contam com os
dois principais goleadores do Nacional -Rodrigo Fabri, pelos sulistas, e Dimba, pelos brasilienses.
Cada um deles marcou 13 gols, o
que representa 52% do total da artilharia do Grêmio e 72% da do
Gama. É aí que está o problema.
Equipes que concentram os gols
em apenas um atleta, o que facilita
o trabalho das defesas adversárias, fazem campanhas bem mais
fracas do que as que dividem a
responsabilidade por mais atletas.
O Grêmio, por exemplo, é apenas o 13º colocado da tabela, duas
posições à frente do Gama.
Depois de Rodrigo Fabri, o gremista com mais gols é o lateral-direito Ânderson Lima, que marcou
três vezes neste Nacional. O vice-artilheiro do Gama é o volante Rafael, autor de dois gols.
Mas os exemplos de que um artilheiro não é a solução aparecem
em várias outras agremiações.
Três das quatro equipes que estão hoje na zona de rebaixamento
têm candidatos ao título de maior
fazedor de gols deste Brasileiro.
Com seu time no 23º lugar, Jóbson fez 11 dos 25 gols do Paysandu. No Flamengo, 24º colocado,
Liédson também marcou 11 vezes.
Lanterna, o Paraná tem o atacante
Márcio, que já acumula dez gols.
Como quase sempre, pelo menos no discurso, os artilheiros dos
clubes preferem o sucesso coletivo e relegam o individual.
"Sinceramente, não tenho nenhuma ambição de ser o artilheiro. Meu objetivo é ajudar o clube a
se manter na primeira divisão",
afirma o atacante Dimba, que
marcara 15 gols nas quatro edições somadas que havia disputado antes do Brasileiro-2002.
Entre os oito times da zona de
classificação, a distribuição da artilharia é bem diferente.
No São Paulo, líder da competição, Reinaldo e Luis Fabiano já
marcaram dez vezes cada um. Essa marca, entretanto, representa
apenas 26% de toda a produção
ofensiva da equipe paulistana.
Um dos técnicos que mais apostam no jogo coletivo, em detrimento das individualidades, Mário Sérgio comanda o São Caetano, que é ainda mais democrático
do que o São Paulo no ataque.
Vice-líder, o time do ABC tem
Adhemar como principal goleador. Os seis gols que o veterano
atacante fez equivalem a apenas
21% do total da sua equipe.
No Corinthians, o atacante Deivid também marcou seis gols, ou
23% do total da equipe comandada por Carlos Alberto Parreira.
Mas é no Santos, que tem o futebol mais vistoso do campeonato,
que a idéia de um único artilheiro
é claramente desprezada.
Os jogadores que mais marcaram pelo time, Alberto e Elano,
respondem cada um por apenas
20% da artilharia da equipe.
Dos 11 titulares da equipe do
técnico Emerson Leão, oito já
marcaram pelo menos uma vez.
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