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FUTEBOL
Semana animada
MARCOS AUGUSTO GONÇALVES
EDITOR DE OPINIÃO
A semana foi animada, com muita coisa acontecendo, entre elas o afastamento do sr.
Eduardo Viana, vulgo Caixa
D"Água, da Federação de Futebol
do Rio de Janeiro.
O famigerado personagem, cuja
gestão foi acompanhada pela desordem institucional e pelo lamentável declínio do futebol carioca, já deveria há muito ter deixado o cargo, o que só não aconteceu porque o sistema eleitoral é
facilmente "administrável" a seu
favor, a direção dos grandes clubes é em geral pusilânime, quando não francamente conivente
com os desmandos, e as autoridades públicas não cumprem seu
papel fiscalizador.
Demorou. Resta saber se essa
história irá evoluir para uma situação realmente nova ou se as
coisas, como costuma ocorrer no
futebol brasileiro, vão mudar para ficarem a mesma coisa.
Não é muito difícil entender os
motivos da queda de público no
Brasileiro, conforme mostrou ontem reportagem da Folha. Caiu
vertiginosamente o padrão técnico da competição, com o êxodo
alucinante de jogadores. E grande
parte dos clubes tradicionais e de
maior torcida, como Flamengo,
Vasco, Corinthians, Atlético-MG,
Grêmio, Cruzeiro, Internacional,
entre outros, faz campanha ridícula ou apenas medíocre. Não vale mesmo o preço do ingresso.
O desinteresse, certamente, nada tem a ver com a fórmula do
campeonato, que vai se mostrando competitiva e tem recebido
apoio crescente do torcedor.
Por falar em fórmula, o Paulista
do ano que vem será mais uma
vez inchado (20 clubes!) e disputado em um turno, em sistema de
pontos corridos. Parece uma
grande bobagem. Creio que o melhor nos Estaduais, que deveriam
ser torneios mais rápidos, quase
que preparatórios, seria o sistema
de copa, com menos participantes
e fases finais definidas em mata-mata de ida e volta.
Foi decepcionante mesmo a
atuação do Brasil contra a Colômbia. O time foi extremamente
individualista em dia pouco inspirado. Ronaldinho Gaúcho tropeçou nas fitinhas da máscara e
todos queriam resolver o jogo por
conta própria. Não dá, porém,
para culpar apenas os jogadores.
Já é tempo de Parreira e Zagallo
conseguirem consolidar um padrão coletivo para a seleção com
as necessárias variações táticas.
Caminhamos nessa direção e
alguns resultados já apareceram,
mas ainda resta muito a ser feito.
Que coisa lamentável a partida
feita por Corinthians e Coritiba.
Se nos próximos encontros o nível
for mantido, não será difícil sugerir um apelido para o clássico
com base nas iniciais dos dois
grandes clubes...
Plínio Fraga tem razão sobre
Romário. É difícil ser Deus e depois envelhecer.
Banana split
Depois do que Romário falou
sobre o técnico Alexandre Gama, um dos dois tem que sair
das Laranjeiras. Essa história de
apelo da diretoria para manter
o Baixinho é uma piada. Se Gama fica com Romário, perde a
moral para sempre.
Grafite tricolor
O São Paulo deitou e rolou sobre um Atlético-MG fraco e desestruturado. Até Grafite, quem
diria, conseguiu grafitar três vezes as redes do adversário. Não
dá, porém, para retirar os méritos de Leão, que vai se dando
muito bem no Tricolor.
Cabeça voando?
Muito dispersivo o goleiro Júlio
César, do Flamengo e da seleção, na vitória sobre o Criciúma. Ao que parece está mesmo
com a cabeça na Europa.
E-mail mag@folhasp.com.br
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