São Paulo, terça-feira, 19 de outubro de 2004

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FUTEBOL

Semana animada

MARCOS AUGUSTO GONÇALVES
EDITOR DE OPINIÃO

A semana foi animada, com muita coisa acontecendo, entre elas o afastamento do sr. Eduardo Viana, vulgo Caixa D"Água, da Federação de Futebol do Rio de Janeiro.
O famigerado personagem, cuja gestão foi acompanhada pela desordem institucional e pelo lamentável declínio do futebol carioca, já deveria há muito ter deixado o cargo, o que só não aconteceu porque o sistema eleitoral é facilmente "administrável" a seu favor, a direção dos grandes clubes é em geral pusilânime, quando não francamente conivente com os desmandos, e as autoridades públicas não cumprem seu papel fiscalizador.
Demorou. Resta saber se essa história irá evoluir para uma situação realmente nova ou se as coisas, como costuma ocorrer no futebol brasileiro, vão mudar para ficarem a mesma coisa.
 
Não é muito difícil entender os motivos da queda de público no Brasileiro, conforme mostrou ontem reportagem da Folha. Caiu vertiginosamente o padrão técnico da competição, com o êxodo alucinante de jogadores. E grande parte dos clubes tradicionais e de maior torcida, como Flamengo, Vasco, Corinthians, Atlético-MG, Grêmio, Cruzeiro, Internacional, entre outros, faz campanha ridícula ou apenas medíocre. Não vale mesmo o preço do ingresso.
O desinteresse, certamente, nada tem a ver com a fórmula do campeonato, que vai se mostrando competitiva e tem recebido apoio crescente do torcedor.
 
Por falar em fórmula, o Paulista do ano que vem será mais uma vez inchado (20 clubes!) e disputado em um turno, em sistema de pontos corridos. Parece uma grande bobagem. Creio que o melhor nos Estaduais, que deveriam ser torneios mais rápidos, quase que preparatórios, seria o sistema de copa, com menos participantes e fases finais definidas em mata-mata de ida e volta.
 
Foi decepcionante mesmo a atuação do Brasil contra a Colômbia. O time foi extremamente individualista em dia pouco inspirado. Ronaldinho Gaúcho tropeçou nas fitinhas da máscara e todos queriam resolver o jogo por conta própria. Não dá, porém, para culpar apenas os jogadores. Já é tempo de Parreira e Zagallo conseguirem consolidar um padrão coletivo para a seleção com as necessárias variações táticas.
Caminhamos nessa direção e alguns resultados já apareceram, mas ainda resta muito a ser feito.
 
Que coisa lamentável a partida feita por Corinthians e Coritiba. Se nos próximos encontros o nível for mantido, não será difícil sugerir um apelido para o clássico com base nas iniciais dos dois grandes clubes...
 
Plínio Fraga tem razão sobre Romário. É difícil ser Deus e depois envelhecer.

Banana split
Depois do que Romário falou sobre o técnico Alexandre Gama, um dos dois tem que sair das Laranjeiras. Essa história de apelo da diretoria para manter o Baixinho é uma piada. Se Gama fica com Romário, perde a moral para sempre.

Grafite tricolor
O São Paulo deitou e rolou sobre um Atlético-MG fraco e desestruturado. Até Grafite, quem diria, conseguiu grafitar três vezes as redes do adversário. Não dá, porém, para retirar os méritos de Leão, que vai se dando muito bem no Tricolor.

Cabeça voando?
Muito dispersivo o goleiro Júlio César, do Flamengo e da seleção, na vitória sobre o Criciúma. Ao que parece está mesmo com a cabeça na Europa.

E-mail mag@folhasp.com.br


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