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São Paulo, quarta-feira, 19 de novembro de 2003

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FUTEBOL

Números do Datafolha mostram que volantes e meias no esquema 4-3-3 da seleção brasileira são negação ofensiva

Meio-campo transpira muito e cria pouco

DO ENVIADO A CURITIBA

O meio-campo da seleção na terceira era Parreira transpira muito, mas o seu nível de criação está bem próximo do zero.
Em toda a temporada, com 11 partidas disputadas, os números da artilharia e do Datafolha provam que os volantes e os meias no 4-3-3 idealizado pelo treinador são uma negação ofensiva.
Gilberto Silva, Emerson e Zé Roberto, os três jogadores mais frequentes no setor, não conseguiram balançar as redes sob o comando de Parreira. Mas é com a lupa dos levantamentos feitos pelo Datafolha que fica mais evidente a pobreza na criação do trio até ontem preferido do técnico.
Juntos, os três finalizam, em média, apenas duas vezes por jogo. Esse número equivale ao número de conclusões que o lateral-esquerdo Roberto Carlos consegue sozinho por partida.
Se chutar para o gol é difícil, dar um passe que deixe o companheiro em boas condições de balançar as redes é ainda mais complicado para Emerson, Gilberto Silva e Zé Roberto. Em 2003, os dois primeiros não conseguiram uma assistência sequer, enquanto Zé Roberto, titular absoluto de Parreira neste ano e que se destacou na vitória sobre a Colômbia (2 a 1), só deu dois passes decisivos.
"No Bayern, por a qualidade não ser tão grande como aqui, tenho mais liberdade para atacar", diz Zé Roberto sobre a dificuldade de sua função no time nacional.
Para reverter o quadro atual, Parreira escolheu o santista Renato, que vai entrar hoje, contra o Uruguai, no posto de Emerson.
"É uma mexida de ordem técnica e tática. Jogando em casa, a gente tem que criar outras opções. Confiamos no futebol dele", disse o treinador, antes de se enervar com perguntas sobre a mudança que realizou. "Não tenho o que explicar. É uma decisão do técnico, acabou", afirmou o treinador.
No Santos, Renato tem uma vocação ofensiva que parece faltar ao resto dos atletas de meio-campo do Brasil. No Brasileiro, ele fez nove gols até agora, marca que o coloca entre os principais goleadores da agremiação paulista.
O volante explicou qual será sua função hoje. "Vou jogar junto ali com o Cafu. E também vou fazer um triângulo com o Gilberto Silva e o Zé Roberto", afirmou Renato.
Ao contrário de Emerson, ele pretende se movimentar pelo gramado. "Vou cruzar da direita para a esquerda e vice-versa", disse o santista, que joga como titular do Brasil pela primeira vez.
Para Ronaldo, a seleção precisa fazer hoje o que não conseguiu contra o Peru. "Não conseguimos manter a posse de bola. Assim, fica difícil para os atacantes."
Ontem, após o treino, a seleção participou de um evento no qual os jogadores deixaram a marca de seus pé na "Calçada da Fama" do estádio Pinheirão. (PAULO COBOS)


NA TV - Brasil x Uruguai, ao vivo, às 21h40, na Globo


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