|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
FUTEBOL
Números do Datafolha mostram que volantes e meias no esquema 4-3-3 da seleção brasileira são negação ofensiva
Meio-campo transpira muito e cria pouco
DO ENVIADO A CURITIBA
O meio-campo da seleção na
terceira era Parreira transpira
muito, mas o seu nível de criação
está bem próximo do zero.
Em toda a temporada, com 11
partidas disputadas, os números
da artilharia e do Datafolha provam que os volantes e os meias no
4-3-3 idealizado pelo treinador
são uma negação ofensiva.
Gilberto Silva, Emerson e Zé
Roberto, os três jogadores mais
frequentes no setor, não conseguiram balançar as redes sob o
comando de Parreira. Mas é com
a lupa dos levantamentos feitos
pelo Datafolha que fica mais evidente a pobreza na criação do trio
até ontem preferido do técnico.
Juntos, os três finalizam, em
média, apenas duas vezes por jogo. Esse número equivale ao número de conclusões que o lateral-esquerdo Roberto Carlos consegue sozinho por partida.
Se chutar para o gol é difícil, dar
um passe que deixe o companheiro em boas condições de balançar
as redes é ainda mais complicado
para Emerson, Gilberto Silva e Zé
Roberto. Em 2003, os dois primeiros não conseguiram uma assistência sequer, enquanto Zé Roberto, titular absoluto de Parreira
neste ano e que se destacou na vitória sobre a Colômbia (2 a 1), só
deu dois passes decisivos.
"No Bayern, por a qualidade
não ser tão grande como aqui, tenho mais liberdade para atacar",
diz Zé Roberto sobre a dificuldade
de sua função no time nacional.
Para reverter o quadro atual,
Parreira escolheu o santista Renato, que vai entrar hoje, contra o
Uruguai, no posto de Emerson.
"É uma mexida de ordem técnica e tática. Jogando em casa, a
gente tem que criar outras opções.
Confiamos no futebol dele", disse
o treinador, antes de se enervar
com perguntas sobre a mudança
que realizou. "Não tenho o que
explicar. É uma decisão do técnico, acabou", afirmou o treinador.
No Santos, Renato tem uma vocação ofensiva que parece faltar
ao resto dos atletas de meio-campo do Brasil. No Brasileiro, ele fez
nove gols até agora, marca que o
coloca entre os principais goleadores da agremiação paulista.
O volante explicou qual será sua
função hoje. "Vou jogar junto ali
com o Cafu. E também vou fazer
um triângulo com o Gilberto Silva
e o Zé Roberto", afirmou Renato.
Ao contrário de Emerson, ele
pretende se movimentar pelo gramado. "Vou cruzar da direita para a esquerda e vice-versa", disse o
santista, que joga como titular do
Brasil pela primeira vez.
Para Ronaldo, a seleção precisa
fazer hoje o que não conseguiu
contra o Peru. "Não conseguimos
manter a posse de bola. Assim, fica difícil para os atacantes."
Ontem, após o treino, a seleção
participou de um evento no qual
os jogadores deixaram a marca de
seus pé na "Calçada da Fama" do
estádio Pinheirão.
(PAULO COBOS)
NA TV - Brasil x Uruguai, ao
vivo, às 21h40, na Globo
Texto Anterior: Futebol - Tostão: A turma de trás e a da frente Próximo Texto: Titular, Renato "nacionaliza" seleção Índice
|