São Paulo, domingo, 19 de novembro de 2006 |
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TOSTÃO Dia de festa
A FESTA DO título do São Paulo já está preparada. Isso não é menosprezo pelo Atlético-PR, adversário de hoje da equipe paulista, nem pelo Internacional, que pode também ser campeão. As providências precisam ser tomadas antes da partida. Para se formar um time campeão, é preciso criar um ambiente de paz, de seriedade, de vitória. E que essa confiança, sem prepotência, se espalhe pelo clube, para a arquibancada e pelo gramado, como ocorre no São Paulo. Para se formar um time campeão, é preciso ter uma comissão técnica eficiente e, principalmente, um bom elenco, como ocorre no São Paulo. O fator mais importante para o sucesso do São Paulo nos últimos anos, sob os comandos dos técnicos Emerson Leão, Paulo Autuori e Muricy Ramalho, foi manter uma excelente base titular, formada por Rogério Ceni, Fabão, Josué, Mineiro, Júnior e Danilo. Para se formar um time campeão, é preciso definir uma maneira de jogar, criar algumas opções e utilizá-las no momento certo, como ocorre no São Paulo. Não se pode mudar nem repetir demais. Quando se troca muito, perde-se a harmonia. A excessiva repetição enriquece a técnica, mas empobrece a criatividade. Para se formar um time campeão, é preciso ter uns três jogadores diferenciados, como Rogério Ceni, Josué e Mineiro, e outros que, mesmo não sendo tão bons, sejam especiais para os torcedores por se dedicarem bastante ao conjunto, como ocorre no São Paulo com Leandro e alguns outros. Para se formar um time campeão, é preciso do apoio da torcida também nos momentos ruins, como ocorre no São Paulo. Diferentemente do que pensam muitos torcedores, a pressão e a hostilidade atrapalham muito mais do que ajudam os atletas. Para se formar um time campeão, é preciso que não haja outras equipes melhores. Se o São Paulo não for hoje campeão, esta coluna poderá ser repetida no outro domingo. Se perder novamente, a coluna continuará valendo para o último jogo, no dia 4 de dezembro, quando termina o Campeonato Brasileiro. Mas se acontecer uma grande zebra, dessas para ficar na história, e o São Paulo perder o título, esqueçam tudo o que escrevi. Esta coluna poderá também ser transferida para o Internacional, outro excelente time e que disputará em dezembro o Mundial de Clubes. Podem ainda me chamar, e toda a crônica esportiva, de açodados e dizer que não entendemos nada de futebol. Só não devem nos chamar de burros. Os técnicos sabem o tanto que essa palavra é pesada. Sabiá Uma das minhas distrações nas duas últimas semanas tem sido observar atentamente, próximo à varanda do meu quarto, uma formosa sabiá chocando no seu aconchegante e também seguro ninho, construído em cima do galho de uma árvore. Nasceram três sabiás. Estão espertos e já colocam a cabeça para fora para observar o mundo. O pai e a mãe se alternam na busca de alimentos para os três. Quando chove, a mãe ocupa todo o ninho para protegê-los. A minha expectativa é se os três vão voar de repente ou se vão brincar pelos galhos até se sentirem seguros para voar. A natureza certamente já sabe o que vai acontecer. Diferentemente dos exibidos e complicados humanos, o animal nasce pronto. Por ser puro instinto, ele não precisa simbolizar o mundo, não tem a angústia da morte nem deseja ser personagem de um "Big Brother".
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