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Caiu na área é pênalti
Número de faltas cai 25% nos pontos corridos , enquanto penalidades máximas crescem 10% e superam outros Nacionais
PAULO COBOS
EDITOR-ASSISTENTE DE ESPORTE
A ordem para deixar a bola
rolar, diminuindo o número
de faltas marcadas, relevando lances antes considerados
faltosos, não vale para o que
acontece dentro da área.
Esse é o retrato atual do
Campeonato Brasileiro, em
que a marcação de pênaltis
virou a principal polêmica na
reta final da edição de 2010.
Na contramão das infrações fora da área, que tiveram uma redução de 25% em
relação ao início da era pontos corridos, em 2003, o número de pênaltis é hoje maior
do que há sete anos.
Em média, segundo o Datafolha, o torneio atual tem
0,34 pênalti por partida, a
terceira maior marca sob
as atuais regras e com um
considerável aumento de
10% em relação a 2009.
A incidência de pênaltis
nos jogos do Brasileiro é
maior do que em outras grandes ligas. No Inglês, por
exemplo, a marcação de penalidades máximas é 24%
menor. No Italiano, 21%.
Os árbitros declaram abertamente que receberam instrução para serem menos rigorosos na hora de marcar
faltas fora da área.
"É orientação nossa que
deixem o jogo fluir, para diminuir o número de faltas",
diz Marcos Antonio Martins,
o presidente da Anaf, a associação nacional dos árbitros.
Ele reconhece que dentro
da área o rigor é outro.
"Dentro da área, são lances capitais. Os árbitros estão
mais atentos ao que acontece
dentro da área", diz Martins,
que aponta a evolução na
preparação física dos juízes
como motivo do grande número de pênaltis anotados.
Por seu raciocínio, como
estão em melhor forma, os
homens do apito sempre estão perto do lance nos jogos.
A CBF também pede rigor
no assunto. Em manual distribuído para os árbitros, a
entidade diz que "ao cometer
um pênalti, a equipe defensora, teoricamente, impede
que a atacada assinale um
gol. Consequentemente, toda possibilidade deve ser oferecida para que a equipe que
sofreu o prejuízo com a infração possa se ressarcir".
Quem se sente prejudicado muitas vezes diz que o juiz
marcou pênalti em falta que
não seria apontada se acontecesse no meio de campo.
É o caso, por exemplo, do
lance mais polêmico dos últimos meses, o pênalti marcado pelo árbitro Sandro Meira
Ricci a favor do Corinthians
depois de entrada do zagueiro cruzeirense Gil sobre o atacante Ronaldo.
Na mesma rodada, o Goiás
reclama de penalidade marcada a favor do Fluminense
no empate em 1 a 1.
Dois clubes paulistas são
os maiores beneficiados pelo
rigor da arbitragem na hora
de interpretar lances faltosos
dentro da área.
O Santos, já fora da luta
pelo título, é o clube, segundo ranking feito pelo Datafolha, que teve mais pênaltis a
favor até agora. Foram 12 em
35 rodadas, ou praticamente
um a cada três jogos.
O Corinthians vem logo
atrás, com 11 a favor.
No outro lado do ranking
estão clubes de Estados com
menos tradição.
De acordo com o Datafolha, o Ceará teve só dois pênaltis anotados a seu favor.
Divide com o São Paulo, clube desafeto da CBF, a lanterna no ranking. Logo depois
aparecem o catarinense Avaí
e o baiano Vitória, com apenas três penalidades cada.
Colaborou LEONARDO LOURENÇO,
de São Paulo
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