São Paulo, sexta-feira, 19 de novembro de 2010

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MOTOR

FÁBIO SEIXAS - fabioseixas.folha@uol.com.br

@fabio_seixas

Voz fina

NAQUELE AGOSTO de 2006, nossa curiosidade era ouvir a voz de Vettel. Saber se era fina, de criança, de moleque. Porque o rosto era: lembrava o Pimentinha. E o macacão branco da BMW, sério, precisava de alguns ajustes. O alemãozinho sobrava dentro.
Vettel ostentava 19 anos, era piloto de testes da marca alemã e tinha acabado de participar de sua primeira sexta-feira de treinos livres num fim de semana de GP -sadia concessão da FIA naquela temporada.
Cravara o primeiro tempo, com quase meio segundo sobre Kubica, o titular.
E, sim, a voz era fina. E ele mal sabia dar entrevistas. E tinha aquele jeito desengonçado de adolescente. Mas estampou uma certeza nos repórteres ali em Istambul.
Era um dos especiais.
Difícil explicar, impossível mensurar. Mas acontece de tempos em tempos.
Assim, num estalo, surge alguém diferente, que se faz notar quaisquer que sejam as condições. Que veste um carro como se feito sob medida. Que acelera numa pista desconhecida como se no kartódromo da vizinhança.
Vettel ainda tem muito o que melhorar, principalmente sobre como se comportar no meio do pelotão.
Mas, em 2010, já foi o piloto com mais vitórias (5, igual a Alonso) e poles (10). Superou os altos e baixos com altos mais altos do que os rivais. Se ainda não amadureceu -a voz, pelo menos, melhorou-, mereceu.
Aos 23, quando muitos dos seus colegas ainda buscam uma vaga no fundo do grid, ele já tem um título mundial. E com outro especial ao seu lado, o projetista Newey, dá toda a pinta de que está só no primeiro...
A primeira impressão estava certa. Aliás, no automobilismo é assim: os grandes campeões chegaram causando, qualquer que fosse o carro, a idade. Qualquer que fosse a voz.

F-1
BORRACHA A Bridgestone se despediu anteontem da categoria, em Abu Dhabi, com um teste para pilotos novatos. Hoje, a Pirelli inicia sua nova investida na F-1. Uma substituição que pode alterar, e muito, a relação de forças para 2011. Red Bull, Ferrari e McLaren vão continuar na frente, claro. Mas podem ter companhia, dependendo de como as outras equipes vão se entender com os pneus. A coluna vai ficar especialmente de olho num certo Schumacher.


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