São Paulo, sexta-feira, 19 de novembro de 2010

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Fifa pune cartolas e encerra caso

COPA-2018
Após escândalo, entidade suspende dirigentes, mas não muda regras eleitorais


DE SÃO PAULO

Envolvida em acusações de corrupção, a Fifa limitou- -se a punir dois dirigentes flagrados negociando votos para a escolha das sedes das Copas do Mundo de 2018 e 2022.
A decisão encerrou o caso. Nenhum membro da entidade indicou que haverá continuidade das investigações sobre o processo eleitoral, nem mudanças nas regras.
O Comitê de Ética da Fifa suspendeu e multou o nigeriano Amos Adamu e o haitiano Reynald Temarri, membros do Comitê Executivo da Fifa, que votará as duas sedes das Copas em 2 de dezembro. Ambos foram gravados pelo jornal "Sunday Times" negociando seus votos.
O africano foi punido com três anos longe do futebol por aceitar propina -primeira pena por corrupção da Fifa. Temarri foi afastado por um ano por quebra de lealdade e confidencialidade.
"É triste", afirmou o secretário-geral da entidade, Jérôme Valcke. "Mas foi necessário pelo que aconteceu. O jeito como o Comitê de Ética reagiu mostrou como é importante mostrar que as coisas estão sob controle."
Os dois dirigentes disseram que recorrerão ao comitê de apelação. "Não concordo com a decisão", falou Adamu. O advogado de Temarri disse não ter entendido se seu cliente fora inocentado.
A Fifa tomou a decisão preocupada com sua imagem. "Quando se fala da Fifa, geralmente a atitude é negativa. Fala-se em corrupção", disse o presidente do Comitê de Ética, Claudio Sulser.
Mas a Fifa tomou medidas brandas em comparação com o COI (Comitê Olímpico Internacional), quando este se envolveu em escândalo de venda de votos na eleição de Salt Lake City à Olimpíada de Inverno, em 1998.
A partir da denúncia, as investigações se estenderam a 37 candidaturas anteriores. Houve apuração até do governo dos EUA. Dez membros do COI foram expulsos, e houve revolução nas regras eleitorais olímpicas.
A Fifa não mexeu em regulamentos, limitou-se a usar provas do "Sunday Times" e não expulsou ninguém. Com o afastamento dos dois dirigentes, 22 membros do Comitê Executivo elegerão as sedes das Copas de 2018 e 2022.


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