São Paulo, segunda-feira, 19 de dezembro de 2005

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SÃO PAULO TRICAMPEÃO

Técnico divide mérito por time "cascudo" do Mundial com Leão e diz que não deve priorizar a Libertadores

Autuori quer foco no Brasileiro em 2006

DO ENVIADO A YOKOHAMA

Um 2006 com a cara de 2005? No calendário de competições do São Paulo, pode até ser. Mas, se depender do planejamento que o técnico Paulo Autuori pretende levar à equipe, o que vai mudar é a prioridade: em vez da Libertadores, o Campeonato Brasileiro.
O treinador disse em Yokohama que o clube tem a necessidade de voltar a vencer a mais importante competição nacional, embora saiba que a preferência da torcida recaia na Libertadores. "Acho importante sim. É um torneio muito forte, muito difícil, e que o São Paulo precisa estar sempre brigando para tentar conquistar", falou o treinador.
Apesar do discurso em favor do Nacional, será difícil Autuori mantê-lo. Em 2006, pela primeira vez na história, a Libertadores terá na mesma edição são-paulinos, palmeirenses e corintianos.
Neste ano, no início do segundo turno, com a recuperação do São Paulo na tabela, Autuori chegou a dizer que o time poderia disputar o título, vencido pelo Corinthians. Mas os líderes estavam longe, e o planejamento rumo ao Mundial já estava definido após a conquista da Libertadores: esquecer o Brasileiro. Tanto que, nas rodadas finais, o Nacional foi relegado a um time misto.
Faz tempo que o clube do Morumbi não figura como o melhor do Brasil. A última taça foi erguida em 1991, quando o time iniciava a sua era de ouro sob o comando do ex-técnico Telê Santana.
Curiosamente, nenhum dos titulares do técnico Paulo Autuori tem no seu currículo um Brasileiro conquistado. O treinador, porém, despontou para o cenário nacional com o troféu do Nacional de 95, vencido pelo Botafogo.
O Mundial de Clubes, por sua vez, era uma lacuna finalmente preenchida. Em 1997, Autuori havia sido campeão pelo Cruzeiro, mas deixou o cargo por desavenças com a diretoria, que contratou Nelsinho Baptista e foi vice.
Agora, seu desafio deverá ser o de equilibrar a equipe, deixando para trás o 3-5-2 vitorioso, que não o agrada, em nome do 4-4-2.
"Confesso que foi um verdadeiro aprendizado. Mas o treinador precisa adaptar o esquema ao elenco que tem em mãos", disse.
Ao chegar ao São Paulo vindo de uma temporada de críticas com a seleção peruana, em abril deste ano, encontrou o time afeito ao sistema de três zagueiros, que usava o apoio de Cicinho e Júnior, e com estilo "cascudo", brigador, do antecessor, Emerson Leão. (TONI ASSIS)


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