São Paulo, segunda-feira, 19 de dezembro de 2005

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ARTIGO

O São Paulo é diferente

CARLOS MIGUEL AIDAR
ESPECIAL PARA A FOLHA

Nos idos de 84, ao assumir o São Paulo, firmei a meta de popularizar e elevar o futebol ao mais alto degrau, fosse de títulos, de espetáculos ou de crescimento da torcida. Renovei o time, dispensei estrelas que, a meu ver, não tinham mais motivação e promovi jovens da base. A partir daí, coloquei em prática o plano. Contei com os fiéis escudeiros Marcelo Portugal Gouvêa e Juvenal Juvêncio, ambos "lançados" por mim no clube. Deu certo.
Já em 85, feito renovado em 87, fomos campeões paulistas, lembrando que, em 86, vencemos o Brasileiro pela segunda vez. Ali nasceu o Projeto Tóquio, que nada mais era do que atravessar o mundo para conquistá-lo.
Mas não bastava um grande time. Era preciso mais. Era preciso, por exemplo, criar um departamento médico-fisioterápico aplicado à fisiologia do esforço, algo inédito. Era preciso erguer um CT para a equipe. E tudo isso foi feito.
Assim, não surpreende o São Paulo estar à frente. Ele não é melhor nem pior que seus rivais. Ele não é maior nem menor que seus concorrentes. Ele apenas é diferente. Ele planeja neste tão desorganizado futebol brasileiro.
Também não surpreende termos batido a Espanha em 92, ao vencermos o Barcelona, a Itália em 93, ao vencermos o Milan, e, agora, a Inglaterra, ao vencermos o Liverpool. O Projeto Tóquio, antes um sonho, virou realidade. E, hoje, a realidade se supera na exata compreensão do que é ser três vezes campeão mundial.
Fica a lição: planejar sempre fez parte do sucesso do São Paulo. Por isso temos o Morumbi e um novo, e maior, CT em Cotia.


Carlos Miguel Aidar é advogado e foi presidente do São Paulo de 1984 a 1988

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