São Paulo, sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

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Dólar alto faz prêmio da São Silvestre despencar

Vencedor da prova levará US$ 10,6 mil, uma queda de 21,5% em relação a 2007

Corrida de rua paulistana, a mais tradicional do país, distribui premiação inferior até a competições similares realizadas em outros países


ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

A São Silvestre, mais tradicional prova de rua do país, está neste ano ainda menos atrativa para corredores estrangeiros.
A premiação divulgada pelos organizadores do evento apresenta queda em relação ao que foi distribuído no ano passado.
Segundo os números apresentados, quem vencer a corrida pelas ruas de São Paulo ganhará US$ 10,6 mil (R$ 25 mil).
Em 2007, o queniano Robert Cheruiyot, campeão da corrida após 45min57s, amealhou US$ 13,5 mil (R$ 24 mil) -o valor se refere ao câmbio do dia da competição. Ou seja, em um ano, houve uma perda de 21,5%.
A premiação total também decaiu. No total, a São Silvestre distribuiu, no ano passado, US$ 62 mil aos dez primeiros colocados da prova (R$ 110 mil).
Para o próximo dia 31, esse número não passará de US$ 50 mil (R$ 118 mil). Neste item, houve uma queda um pouco menos acentuada, de 19,4%.
O declínio da premiação é um reflexo da crise econômica mundial. Devido à conjuntura, os investidores internacionais buscaram destino mais seguro para suas aplicações ou fizeram remessas para cobrir perdas no exterior, gerando a valorização do dólar em relação ao real.
Sem o pagamento de cachê desde 2001, quando optou por direcionar essa verba toda à premiação, a São Silvestre ainda almeja se tornar mais atraente aos estrangeiros.
"Nosso objetivo é aumentar a premiação ano a ano. Para 2009, a meta é chegarmos a US$ 15 mil", conta Thadeus Kassabian, diretor de operações da Yescom e integrante do comitê organizador da prova.
Os estrangeiros convidados a competir em SP ganham só passagem aérea e hospedagem.
Por ora, a premiação da São Silvestre fica aquém até da de provas similares no exterior.
A World Best 10k, principal corrida de rua de Porto Rico, por exemplo, pagou US$ 20 mil aos seus vencedores em 2008. Além disso, o evento também prevê bônus por performance.
Com percurso menor do que o da prova paulistana, a corrida de San Juan, de 10 km, já atraiu estrelas como Paula Radcliffe, recordista da maratona, e Lornah Kiplagat, tricampeã do Mundial de Meia-Maratona.
A São Silvestre, por sua vez, não deve contar com a participação astros dessa grandeza.
Maior fundista do país na atualidade, Marilson dos Santos, bicampeão da Maratona de Nova York e da São Silvestre, está fora da disputa deste ano. Alegou uma contusão no pé. Outro bicampeão, o queniano Robert Cheruiyot, com lesão no quadril, também está fora.
Ontem, ao menos, os organizadores anunciaram o nome que deve ser a principal estrela internacional da São Silvestre.
O queniano Evans Kiprop Cheruiyot, 26, vencedor da Maratona de Chicago-08, uma das cinco principais provas de 42,195 km do mundo, irá participar do evento em São Paulo.


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