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ATLETISMO
Nos últimos três anos, federação internacional puniu 117 atletas positivos em casos semelhantes ao da brasileira
Retrospecto "tira" Maurren de Atenas-04
ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL
Se prevalecer o que aconteceu
nos julgamentos dos últimos três
anos, Maurren Maggi, 27, não deve disputar os Jogos de Atenas.
Casos semelhantes ao da brasileira -teste positivo para um esteróide anabólico- são normalmente punidos com dois anos de
suspensão, o que tiraria a saltadora da competição de agosto.
Desde 2001, houve 117 atletas
flagrados para drogas do mesmo
grupo da encontrada no exame da
saltadora (clostebol). Todos foram punidos com pelo menos
dois anos de suspensão.
Algumas federações adotam lei
mais rígida, com punição de até
quatro anos. Nesse período, sete
atletas, reincidentes, foram banidos do esporte. Esse número representa quase a totalidade. Apenas um outro atleta foi expulso do
atletismo por outro tipo de substância, o diurético furosemida.
"Há exceções de liberação de
atletas positivos para algum esteróide anabólico. Quando o teste A
e o B têm resultados diferentes,
por exemplo. Ou quando é constatada irregularidade na coleta",
diz Nick Davies, porta-voz da Iaaf.
Não é o caso de Maurren, cuja
defesa argumenta que a droga encontrada em sua urina apareceu
por causa da contaminação pelo
creme Novaderm, utilizado logo
após uma sessão de depilação.
"Não houve muitas exceções
[de anulação do doping]. Só algumas. Um saltador árabe teve teste
positivo na amostra A nos Jogos
Asiáticos. Mas o laboratório tinha
cometido alguns erros e, depois
de estudar o caso, a Iaaf decidiu
não suspendê-lo", conta Davies.
Os esteróides anabólicos respondem pela maior parte do doping na modalidade (54%). O estimulantes vêm logo a seguir, representando 30% do total.
Apesar do número significativo,
os estimulantes não punem o
competidor com suspensão semelhante aos esteróides. O doping por drogas como anfetamina
e efedrina resulta apenas na anulação dos resultados do atleta na
competição em que foi flagrado.
As outras drogas, como diuréticos (usados para perder peso),
hormônios peptídicos (como a
EPO, que aumenta a oxigenação
do sangue) e os narcóticos (caso
de cocaína e maconha) têm incidência bem mais baixa na lista.
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