São Paulo, quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

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marginal, com número

Arena corintiana ganha bênção estatal

Prefeitura de SP promete apressar burocracia para consórcio fazer estádio para o quase centenário time em dois anos

Secretário de Esporte diz que projeto, assim que aprovado por conselho do clube, deve ter "tratamento especial" de toda a cidade


EDUARDO ARRUDA
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL

Em quase cem anos, o Corinthians não conseguiu construir um estádio de verdade. Agora, a dois anos de seu centenário, um consórcio promete erguer uma moderna arena para o clube em apenas 730 dias, acelerando todos os trâmites burocráticos com o auxílio da Prefeitura de São Paulo.
Representantes do consórcio Egesa/Seebla se reuniram com Walter Feldman, secretário municipal de Esporte, que prometeu agilidade na liberação da área. "Tragam-me a aprovação do Conselho Deliberativo que imediatamente irei ao [Roberto] Scaringela [presidente da CET], ao Manuelito [Pereira Magalhães Júnior, secretário de Planejamento] e ao Orlando de Almeida [secretário de Habitação] e pessoalmente pedirei regime de urgência na aprovação", afirmou Feldman.
A Folha obteve cópia da minuta do contrato e do projeto visual, do arquiteto Augusto França Neto, propostos pelas empresas ao clube.
O terreno da obra está localizado na marginal Tietê, próximo à ponte Tatuapé. Tem 93 mil m2 e fica em área considerada crítica para o trânsito. Para liberar o local, a prefeitura exigiu ao consórcio que reformasse ao menos dez CDMs (Centros Desportivos Municipais). Segundo Feldman, o estádio corintiano, por não envolver dinheiro público, interessa à cidade por ser um complexo esportivo moderno.
"Um empreendimento como esse exige tratamento especial. Não é tráfico de influência, mas precisa de celeridade na aprovação. Está na hora de a maior torcida do país ter sua casa", falou Feldman. Segundo pesquisa do Datafolha, a torcida corintiana é a segunda maior do Brasil, atrás da flamenguista.
Amanhã, no Parque São Jorge, o vice-presidente corintiano Heleno Maluf apresentará o contrato aos conselheiros.
O acordo prevê que o clube não terá gastos com a obra, estimada em R$ 440 milhões. A pedido da torcida, a arena terá 65% de arquibancadas. O projeto inicial previa 50% de áreas populares e 50% de numeradas e cativas, setores mais caros.
O clube receberá ao menos 50 dos 200 camarotes construídos e ficará com todas as receitas provenientes de bilheteria e estacionamento.
Também terá 100% das receitas dos espaços comerciais na área externa. Pelo projeto, lojas, uma casa de shows, uma escola profissionalizante e um hotel, que na minuta do contrato é sugerido como local de concentração, serão erguidos.
Em contrapartida, o consórcio Egesa/Seebla vai explorar 150 camarotes e as 10 mil cadeiras cativas. Além disso, poderá vender o nome do estádio.
As empresas ainda terão o direito, por sete anos, na comercialização de bebidas e alimentos dentro do estádio. O consórcio também se compromete a gerir o estádio por cinco anos e arcar com todas as despesas de manutenção. O acordo estabelece que o Corinthians terá de atuar por 15 anos no novo estádio quando for mandante.
O consórcio, que deve ganhar mais tempo para adquirir o terreno, avaliado em R$ 80 milhões, apresentará aos corintianos um seguro para garantir a obra. As multinacionais Mapfre e Ace devem fazer a apólice.
O diretor do consórcio, Francisco Caiafa, afirmou que teve "ótima" impressão do presidente Andres Sanchez. "Fizemos a proposta e agora depende do Corinthians", afirmou.


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