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marginal, com número
Arena corintiana ganha bênção estatal
Prefeitura de SP promete apressar burocracia para consórcio fazer estádio para o quase centenário time em dois anos
Secretário de Esporte diz
que projeto, assim que
aprovado por conselho do
clube, deve ter "tratamento
especial" de toda a cidade
EDUARDO ARRUDA
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL
Em quase cem anos, o Corinthians não conseguiu construir
um estádio de verdade. Agora, a
dois anos de seu centenário,
um consórcio promete erguer
uma moderna arena para o clube em apenas 730 dias, acelerando todos os trâmites burocráticos com o auxílio da Prefeitura de São Paulo.
Representantes do consórcio
Egesa/Seebla se reuniram com
Walter Feldman, secretário
municipal de Esporte, que prometeu agilidade na liberação da
área. "Tragam-me a aprovação
do Conselho Deliberativo que
imediatamente irei ao [Roberto] Scaringela [presidente da
CET], ao Manuelito [Pereira
Magalhães Júnior, secretário
de Planejamento] e ao Orlando
de Almeida [secretário de Habitação] e pessoalmente pedirei regime de urgência na aprovação", afirmou Feldman.
A Folha obteve cópia da minuta do contrato e do projeto
visual, do arquiteto Augusto
França Neto, propostos pelas
empresas ao clube.
O terreno da obra está localizado na marginal Tietê, próximo à ponte Tatuapé. Tem 93
mil m2 e fica em área considerada crítica para o trânsito. Para liberar o local, a prefeitura
exigiu ao consórcio que reformasse ao menos dez CDMs
(Centros Desportivos Municipais). Segundo Feldman, o estádio corintiano, por não envolver dinheiro público, interessa à cidade por ser um complexo esportivo moderno.
"Um empreendimento como
esse exige tratamento especial.
Não é tráfico de influência, mas
precisa de celeridade na aprovação. Está na hora de a maior
torcida do país ter sua casa", falou Feldman. Segundo pesquisa do Datafolha, a torcida corintiana é a segunda maior do
Brasil, atrás da flamenguista.
Amanhã, no Parque São Jorge, o vice-presidente corintiano Heleno Maluf apresentará o
contrato aos conselheiros.
O acordo prevê que o clube
não terá gastos com a obra, estimada em R$ 440 milhões. A
pedido da torcida, a arena terá
65% de arquibancadas. O projeto inicial previa 50% de áreas
populares e 50% de numeradas
e cativas, setores mais caros.
O clube receberá ao menos
50 dos 200 camarotes construídos e ficará com todas as
receitas provenientes de bilheteria e estacionamento.
Também terá 100% das receitas dos espaços comerciais
na área externa. Pelo projeto,
lojas, uma casa de shows, uma
escola profissionalizante e um
hotel, que na minuta do contrato é sugerido como local de
concentração, serão erguidos.
Em contrapartida, o consórcio Egesa/Seebla vai explorar
150 camarotes e as 10 mil cadeiras cativas. Além disso, poderá vender o nome do estádio.
As empresas ainda terão o direito, por sete anos, na comercialização de bebidas e alimentos dentro do estádio. O consórcio também se compromete
a gerir o estádio por cinco anos
e arcar com todas as despesas
de manutenção. O acordo estabelece que o Corinthians terá
de atuar por 15 anos no novo
estádio quando for mandante.
O consórcio, que deve ganhar
mais tempo para adquirir o terreno, avaliado em R$ 80 milhões, apresentará aos corintianos um seguro para garantir a
obra. As multinacionais Mapfre e Ace devem fazer a apólice.
O diretor do consórcio, Francisco Caiafa, afirmou que teve
"ótima" impressão do presidente Andres Sanchez. "Fizemos a proposta e agora depende do Corinthians", afirmou.
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