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Decisão vem após Comitê Executivo da FPF ratificar discurso de Farah, ignorar regulamento e beneficiar o São Paulo na decisão do Paulista
Corinthians apela à Justiça por vantagem
MARÍLIA RUIZ
RICARDO PERRONE
DA REPORTAGEM LOCAL
Pouco depois de a FPF definir
que o São Paulo deveria ter vantagem nas finais do Paulista-2003, o
Corinthians protocolou no Tribunal de Justiça Desportiva da federação recurso para fazer valer o
que está escrito no regulamento.
O clube não concordou com a
decisão do Comitê Executivo da
entidade, que ontem ratificou a
intenção do seu presidente licenciado, Eduardo José Farah, de ignorar o que estava estabelecido
pelas regras do Estadual e dar ao
São Paulo o benefício do empate
na soma dos resultados das finais
contra o rival -o Corinthians
venceu o primeiro jogo por 3 a 2.
Tão logo a decisão do comitê
saiu, os advogados do clube agiram e não tardaram em entrar
com a reclamação. O recurso ao
TJD após o revés no comitê foi o
primeiro passo da cúpula corintiana, que não descarta chegar, se
preciso for, à Justiça comum.
Os corintianos disseram que
não se surpreenderam com a decisão, mas que "precisavam" da
derrota para discutir o assunto
em outras instâncias.
"Foi o primeiro passo. Nos defendemos. [A decisão] abriu espaço para o Corinthians continuar
brigando. Espero que saia uma
decisão até sábado. Se não sair, os
jogadores saberão o que fazer",
disse o vice de futebol do clube,
Antonio Roque Citadini.
Mas o advogado do clube, João
Zanforlim, não acredita que o tribunal seja rápido. "Deve demorar
uns 15 dias, mas estou estudando
a possibilidade de levar o caso
também para o STJD [Superior
Tribunal de Justiça Desportiva]."
O direito de vantagem do clube,
bastante claro pelo regulamento,
foi defendido no Comitê Executivo apenas pelo gerente de futebol
corintiano, Edvar Simões.
O dirigente argumentou que os
corintianos receberam menos
cartões vermelhos (2 a 3) e amarelos (21 a 30), critério de desempate
estabelecido no regulamento pela
FPF, do que o adversário.
Mas os outros seis membros resolveram que o melhor saldo de
gols na somatória das fases do
Paulista (que privilegia os são-paulinos, mas não está no regulamento) devia prevalecer sobre o
ranking de cartões, que seria decisivo em caso de igualdade dos times no saldo de gols das finais e
no total de pontos ganhos.
José Maria Marin, ex-presidente
da FPF, Juvenal Juvêncio, conselheiro do São Paulo, os palmeirenses Carlos Facchina Nunes e
Salvador Mezarane, Samir Abdul-Hak, ex-presidente do Santos, e o
jornalista Orlando Duarte basearam as suas posições no "critério
técnico", apesar de os times não
terem enfrentado os mesmo rivais no torneio -21 clubes, divididos em três chaves, jogaram
apenas dentro do próprio grupo
para chegarem aos mata-matas.
O porta-voz do grupo, Orlando
Duarte, disse que o grupo "corrigiu uma falha". "O comitê, por 6 a
1, decidiu que a parte técnica é
mais importante do que os cartões. Se você observar friamente o
que diz o regulamento, achará
uma falha. Nós corrigimos porque o espírito do regulamento é
dar mais valor à técnica."
O jornalista, entretanto, não foi
taxativo quando questionado sobre os resultados que dariam o título ao São Paulo e admitiu a brecha aberta para que o Corinthians
fosse à Justiça. "Se o São Paulo ganhar por um gol de diferença, será
o campeão. Se ganhar por dois,
mais ainda e sem discussão."
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