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AÇÃO
Saúde
CARLOS SARLI
COLUNISTA DA FOLHA
A assinatura do termo de
responsabilidade, exigência
comum para os que se propõem a
participar de alguma aventura,
turística ou esportiva, em tese desobriga empresários e organizadores das responsabilidades sobre
eventuais acidentes, fatalidades.
O risco e a superação de limites
são ingredientes dos mais importantes na receita de sucesso dessas
aventuras e, também em tese,
quem se habilita a tais atividades
tem que estar preparado e consciente do perigo, assim como deve
estar do prazer que é senti-lo.
Nesse ambiente, um dos esportes que mais crescem é a corrida
de aventura, que está completando cinco anos de vida no país e,
apesar da curta existência, está
com muitas provas, bem organizada e prestigiada por patrocinadores e mídia.
Hoje a primeira etapa da EMA,
Expedição Mata Atlântica, estaria em curso não fosse a doença
que seu organizador (e maior incentivador do esporte no país),
Alexandre Freitas, contraiu logo
após participar da nona edição
do Eco Challenge, disputado em
Fiji em outubro passado.
Durante a prova, Freitas chegou a ficar um dia parado devido
a uma desidratação, mas sua determinação e a força da equipe fizeram com que eles fossem até o
fim, ficando entre as 23 equipes,
das 81 participantes, que concluíram os 500 quilômetros.
A extrema vulnerabilidade que
o físico desses atletas apresenta
após uma competição desse tipo
facilitou a instalação de um parasita no organismo de Freitas, provavelmente contraído numa refeição depois da prova, que o deixou em coma durante quatro meses, e só recentemente ele apresentou sensíveis sinais de melhora.
A quinta edição da EMA não
foi oficialmente cancelada, mas
alguns organizadores, após
aguardar a posição da pioneira e
mais importante prova do país, já
ocuparam o calendário. O ano de
2003 registra recorde de 55 provas, entre previstas e realizadas,
para atender cerca de 400 equipes
de aventura regularmente ativas.
Somam-se a esse contingente os
novatos, como os que estarão neste fim de semana em Nazaré Paulista participando de um Adventure Camp, um curso seguido de
uma prova, e dos quais vários
participantes estarão, daqui a
duas semanas, disputando a primeira etapa do Short Adventure
em Bragança Paulista. São provas curtas, com cerca de 60 quilômetros, apropriadas para quem
ingressa no esporte.
Outro sinal de saúde foi a criação da Abea, Associação Brasileira dos Esportes de Aventura, que
envolve 43 esportes, entre eles rafting, pára-quedismo e corrida de
aventura. Ela trabalha para a
realização, em 2005, dos primeiros Jogos Mundiais e, quem sabe
em breve, para as Olimpíadas dos
Esportes de Aventura.
Além das competições, a Abea
demonstra atenção à segurança e
à medicina esportiva, assuntos
que nem sempre acompanham a
velocidade do desenvolvimento
dos esportes. Apesar de o problema de Freitas não estar diretamente relacionado com a prova, a
influência indireta só evidencia a
complexidade do assunto e a necessidade de controle.
Havaí x Europa
Um recente swell estimado em 60 pés na costa basca gerou uma bateria de inscrições para o Billabong XXL, concurso que oferecerá US$
60 mil para o surfista da maior onda da temporada.
Snowboard
Isabel Clark conseguiu dois bons resultados na Copa Continental
norte-americana, em Aspen. A brasileira ficou em quinto no slalom
paralelo e em sexto no gigante.
Super Surf
As ondas baixaram, mas estavam boas na etapa de abertura do circuito de surfe profissional 2003, disputada em Maresias (SP), que vai
até domingo.
E-mail sarli@revistatrip.com.br
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