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São Paulo, quinta-feira, 20 de março de 2003

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AÇÃO

Saúde

CARLOS SARLI
COLUNISTA DA FOLHA

A assinatura do termo de responsabilidade, exigência comum para os que se propõem a participar de alguma aventura, turística ou esportiva, em tese desobriga empresários e organizadores das responsabilidades sobre eventuais acidentes, fatalidades.
O risco e a superação de limites são ingredientes dos mais importantes na receita de sucesso dessas aventuras e, também em tese, quem se habilita a tais atividades tem que estar preparado e consciente do perigo, assim como deve estar do prazer que é senti-lo.
Nesse ambiente, um dos esportes que mais crescem é a corrida de aventura, que está completando cinco anos de vida no país e, apesar da curta existência, está com muitas provas, bem organizada e prestigiada por patrocinadores e mídia.
Hoje a primeira etapa da EMA, Expedição Mata Atlântica, estaria em curso não fosse a doença que seu organizador (e maior incentivador do esporte no país), Alexandre Freitas, contraiu logo após participar da nona edição do Eco Challenge, disputado em Fiji em outubro passado.
Durante a prova, Freitas chegou a ficar um dia parado devido a uma desidratação, mas sua determinação e a força da equipe fizeram com que eles fossem até o fim, ficando entre as 23 equipes, das 81 participantes, que concluíram os 500 quilômetros.
A extrema vulnerabilidade que o físico desses atletas apresenta após uma competição desse tipo facilitou a instalação de um parasita no organismo de Freitas, provavelmente contraído numa refeição depois da prova, que o deixou em coma durante quatro meses, e só recentemente ele apresentou sensíveis sinais de melhora.
A quinta edição da EMA não foi oficialmente cancelada, mas alguns organizadores, após aguardar a posição da pioneira e mais importante prova do país, já ocuparam o calendário. O ano de 2003 registra recorde de 55 provas, entre previstas e realizadas, para atender cerca de 400 equipes de aventura regularmente ativas.
Somam-se a esse contingente os novatos, como os que estarão neste fim de semana em Nazaré Paulista participando de um Adventure Camp, um curso seguido de uma prova, e dos quais vários participantes estarão, daqui a duas semanas, disputando a primeira etapa do Short Adventure em Bragança Paulista. São provas curtas, com cerca de 60 quilômetros, apropriadas para quem ingressa no esporte.
Outro sinal de saúde foi a criação da Abea, Associação Brasileira dos Esportes de Aventura, que envolve 43 esportes, entre eles rafting, pára-quedismo e corrida de aventura. Ela trabalha para a realização, em 2005, dos primeiros Jogos Mundiais e, quem sabe em breve, para as Olimpíadas dos Esportes de Aventura.
Além das competições, a Abea demonstra atenção à segurança e à medicina esportiva, assuntos que nem sempre acompanham a velocidade do desenvolvimento dos esportes. Apesar de o problema de Freitas não estar diretamente relacionado com a prova, a influência indireta só evidencia a complexidade do assunto e a necessidade de controle.

Havaí x Europa
Um recente swell estimado em 60 pés na costa basca gerou uma bateria de inscrições para o Billabong XXL, concurso que oferecerá US$ 60 mil para o surfista da maior onda da temporada.

Snowboard
Isabel Clark conseguiu dois bons resultados na Copa Continental norte-americana, em Aspen. A brasileira ficou em quinto no slalom paralelo e em sexto no gigante.

Super Surf
As ondas baixaram, mas estavam boas na etapa de abertura do circuito de surfe profissional 2003, disputada em Maresias (SP), que vai até domingo.

E-mail sarli@revistatrip.com.br


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