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FUTEBOL
Torcida esperava nova goleada no América de Cali, porém ataque faz "só" três diante de colombianos na Vila Belmiro
Santos ganha e avança na Libertadores
RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL
Esperava-se um bombardeio
ontem, mas o Santos não mostrou
todas as suas armas em seu território diante do América de Cali.
Um 3 a 0, porém, fez o time avançar na luta pela Libertadores.
A ofensiva santista prometia
muito barulho para o adversário,
que já havia sido triturado em sua
própria casa por 5 a 1. Naquela batalha, os próprios seguidores do
América se renderam ao arsenal
de jogadas de Robinho, Diego, Ricardo Oliveira e companhia.
Na Vila Belmiro, o plano era sufocar o inimigo. A estratégia deu
certo. Com três minutos de peleja,
o lateral Michel invadiu o setor esquerdo do oponente e municiou
Diego na área. O meia-atacante
fuzilou de pé direito e furou o bloqueio defensivo colombiano.
Robinho armava várias jogadas
e partia para cima dos adversários, tentando inaugurar sua artilharia na temporada. Aos 25min,
seu primeiro gol no ano saiu.
Uma boa trama entre o atacante e
Diego culminou com um chute
por cobertura. O goleiro Zapata se
esforçou para conter o disparo,
mas Robinho foi preciso no tiro.
O ultimato dos EUA ao Iraque
nem tinha expirado, e o placar já
estava 2 a 0. A ameaça de uma nova goleada assustava os jogadores
do América. Um torcedor santista
exibiu a mensagem "No War" em
sua barriga, mas, como todos na
Vila, esperava por um massacre.
Nos contra-ataques, o América
de Cali teve chances, mas seus atacantes insistiam em errar o alvo.
Quando conseguiam acertar o
gol, Fábio Costa se mostrava uma
muralha quase impenetrável.
O domínio territorial era claro.
O Santos tinha seu rival sob controle, mas não conseguia matar o
jogo nem repetir aquela investida
memorável no campo de Cali.
No segundo tempo, a trave do
goleiro Zapata foi atingida, mas
na maioria dos ataques santistas,
lançamentos à área, a bateria antiaérea do América se safava.
O técnico Leão, sem piedade
dos rivais, colocou mais potência
na frente, ao mandar a campo o
atacante Nenê no lugar de Elano.
Em um de seus primeiros lances,
aos 32min, bateu cruzado. A bola
achou Ricardo Oliveira, o "matador" da temporada -além de goleador da equipe na Libertadores, ainda é artilheiro do Paulista.
Com os 3 a 0 e o inimigo entregue, Leão guardou munição. Diego, que é quem mais arma, deu lugar a Daniel, um novato ainda no
exército santista -em um petardo de fora da área, quase marcou.
Além da conquista dos três pontos, o Santos comemorou o aparente armistício entre Robinho e Elano, que não chegaram a se enfrentar belicamente, mas desestabilizaram a tropa recentemente.
A passagem para o mata-mata
está garantida. Na campanha do
bi da Libertadores de 1963, o Santos venceu três jogos e empatou
um, como agora -neste ano, o time tem até um saldo de gols
maior (9 a 6). Se o bombardeio
não foi estrondoso ontem, ao menos deixou o clube com o melhor
ataque da Libertadores (11 gols).
A próxima batalha, uma guerra
no Paraguai, será contra o 12 de
Outubro no dia 25 de março. O
comandante Leão terá até o final
de abril para calibrar o esquadrão
santista, que após 40 anos está
disposto a conquistar o mundo.
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