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São Paulo, quinta-feira, 20 de março de 2003

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FUTEBOL

Torcida esperava nova goleada no América de Cali, porém ataque faz "só" três diante de colombianos na Vila Belmiro

Santos ganha e avança na Libertadores

RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

Esperava-se um bombardeio ontem, mas o Santos não mostrou todas as suas armas em seu território diante do América de Cali. Um 3 a 0, porém, fez o time avançar na luta pela Libertadores.
A ofensiva santista prometia muito barulho para o adversário, que já havia sido triturado em sua própria casa por 5 a 1. Naquela batalha, os próprios seguidores do América se renderam ao arsenal de jogadas de Robinho, Diego, Ricardo Oliveira e companhia.
Na Vila Belmiro, o plano era sufocar o inimigo. A estratégia deu certo. Com três minutos de peleja, o lateral Michel invadiu o setor esquerdo do oponente e municiou Diego na área. O meia-atacante fuzilou de pé direito e furou o bloqueio defensivo colombiano.
Robinho armava várias jogadas e partia para cima dos adversários, tentando inaugurar sua artilharia na temporada. Aos 25min, seu primeiro gol no ano saiu. Uma boa trama entre o atacante e Diego culminou com um chute por cobertura. O goleiro Zapata se esforçou para conter o disparo, mas Robinho foi preciso no tiro.
O ultimato dos EUA ao Iraque nem tinha expirado, e o placar já estava 2 a 0. A ameaça de uma nova goleada assustava os jogadores do América. Um torcedor santista exibiu a mensagem "No War" em sua barriga, mas, como todos na Vila, esperava por um massacre.
Nos contra-ataques, o América de Cali teve chances, mas seus atacantes insistiam em errar o alvo. Quando conseguiam acertar o gol, Fábio Costa se mostrava uma muralha quase impenetrável.
O domínio territorial era claro. O Santos tinha seu rival sob controle, mas não conseguia matar o jogo nem repetir aquela investida memorável no campo de Cali.
No segundo tempo, a trave do goleiro Zapata foi atingida, mas na maioria dos ataques santistas, lançamentos à área, a bateria antiaérea do América se safava.
O técnico Leão, sem piedade dos rivais, colocou mais potência na frente, ao mandar a campo o atacante Nenê no lugar de Elano. Em um de seus primeiros lances, aos 32min, bateu cruzado. A bola achou Ricardo Oliveira, o "matador" da temporada -além de goleador da equipe na Libertadores, ainda é artilheiro do Paulista.
Com os 3 a 0 e o inimigo entregue, Leão guardou munição. Diego, que é quem mais arma, deu lugar a Daniel, um novato ainda no exército santista -em um petardo de fora da área, quase marcou.
Além da conquista dos três pontos, o Santos comemorou o aparente armistício entre Robinho e Elano, que não chegaram a se enfrentar belicamente, mas desestabilizaram a tropa recentemente.
A passagem para o mata-mata está garantida. Na campanha do bi da Libertadores de 1963, o Santos venceu três jogos e empatou um, como agora -neste ano, o time tem até um saldo de gols maior (9 a 6). Se o bombardeio não foi estrondoso ontem, ao menos deixou o clube com o melhor ataque da Libertadores (11 gols).
A próxima batalha, uma guerra no Paraguai, será contra o 12 de Outubro no dia 25 de março. O comandante Leão terá até o final de abril para calibrar o esquadrão santista, que após 40 anos está disposto a conquistar o mundo.


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