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AUTOMOBILISMO
Renault faz dobradinha no GP da Malásia em dia de consagração para segundos pilotos; Massa é quinto
Com Fisichella, coadjuvantes vão à forra
FÁBIO SEIXAS
ENVIADO ESPECIAL A SEPANG (MALÁSIA)
Giancarlo Fisichella à frente, os
segundos pilotos das equipes que
devem protagonizar a luta pelo
Mundial de F-1 tiveram seu dia de
glória ontem em Sepang. Pressionados, criticados, ameaçados de
sucumbir à subserviência no caso
de mais um GP ruim, vingaram-se, cada um a seu modo, da derrota engolida uma semana antes.
Hoje respiram aliviados, enfim.
A exceção foi Rubens Barrichel-lo. Do quarteto Renault, Ferrari,
McLaren e Honda, só a última viu
seu principal piloto, Jenson Button, mais uma vez na dianteira.
Saindo na pole, Fisichella conquistou na Malásia a terceira vitória da carreira. Foi seguido pelo
parceiro de Renault, Fernando
Alonso. Button fechou o pódio.
Juan Pablo Montoya foi o quarto. Seu companheiro de McLaren,
Kimi Raikkonen, abandonou logo na primeira volta. Felipe Massa
foi o quinto e, pelo espelho retrovisor, assistiu ao outro ferrarista,
Michael Schumacher, receber a
bandeirada 0s600 atrás.
Já Barrichello ficou em décimo.
Enquanto Button comemorava
com champanhe sua vice-liderança no Mundial, o brasileiro caminhava pelo paddock, decepcionado, cabisbaixo, dizendo não
entender o que se passa com ele.
Fisichella estava sujeito ao mesmo risco em caso de novo fracasso -no Bahrein, uma semana antes, não havia pontuado. Até por
isso, acelerou como um alucinado
ontem: mesmo com a F-1 usando
motores V8, cerca de 10% menos
potentes que os V10, ele bateu o
recorde de velocidade da corrida.
Fez a prova à média de 205,397
km/h, batendo os 204,384 km/h
de Schumacher em 2004.
"Foi uma prova perfeita para
mim, mas muito dura fisicamente
e mentalmente", disse o italiano.
Durante o GP, a temperatura girou na casa dos 35C.
Na largada, o pole aproveitou-se do bom controle de tração da
Renault e manteve-se à frente.
Alonso, sétimo no grid, fez o mesmo e contornou a primeira curva
já na terceira colocação, só atrás
do parceiro e de Button.
Enquanto isso, Raikkonen tinha
um problema. O nome dele,
Christian Klien. Abalroado na traseira pelo austríaco, deixou o GP
com a suspensão quebrada.
Largando respectivamente em
20º e 21º, punidos por trocas de
motores, Barrichello e Massa tentavam se livrar de carros mais lentos. Os brasileiros foram os únicos
a fazer apenas um pit stop.
Ao fim da primeira volta, o ferrarista já estava em 14º, seguido
imediatamente pelo compatriota.
Começou a desgarrar. Na 17ª volta, Massa entrou na zona de pontos -oitava posição-, enquanto
Barrichello estancou em 11º.
Lá na frente, Fisichella seguia
sem sustos. Só perdeu a liderança
nos intervalos entre seus pits e os
dos adversários. Alonso, o único
em condições de atacá-lo, não
conseguia se livrar de Button.
O espanhol só teve o caminho
aberto após a última passagem
pelos boxes, na 43ª volta, quando
superou o inglês. Tinha, então,
11s784 de desvantagem. Ao seu
estilo, resolveu partir para cima.
Faltavam, porém, apenas 13 voltas para o fim. O campeão tentou,
reduziu a folga do italiano para oito segundos, mas nem ele pôde fazer mais. Cruzou em segundo,
contrariado, reclamando do problema que teve no treino oficial
-mais gasolina que o necessário.
"Não fosse isso, as coisas seriam
diferentes", afirmou.
Massa superou Schumacher
quando o alemão fez seu último
pit e segurou-o atrás por 11 voltas.
"Na minha cabeça, ele era um piloto como qualquer outro", disse
o brasileiro, sorriso aberto.
O mesmo sorriso que exibiam
Fisichella e Montoya. Sorrisos de
coadjuvantes que, por um dia, cutucaram os astros principais.
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