Ala-esquerdo centraliza ações ofensivas do time de Muricy, que, no Paraguai, joga a segunda fora de casa

DA REPORTAGEM LOCAL

Jogador que custou 1,25 milhão (cerca de R$ 3,5 milhões, em valores atualizados) ao São Paulo por três anos de contrato, o ala-esquerdo Jorge Wagner está pagando o investimento com eficiência.
Hoje, contra o Sportivo Luqueño, é a esperança de criatividade de uma equipe que ainda demonstra dificuldades ofensivas neste ano.
No time torto pela esquerda, o ala de 29 anos freqüentemente participa, direta ou indiretamente, das jogadas bem-sucedidas do São Paulo. Onze gols começaram em jogadas dele, exata metade dos 22 tentos marcados pelo time de Muricy Ramalho na temporada.
São cobranças de faltas, escanteios e cruzamentos com a bola rolando dos mais diversos pontos do gramado. No entanto os são-paulinos refutam a hipótese de uma dependência do futebol do ala-esquerdo.
"O Jorge é um jogador muito importante no nosso time, em qualquer equipe, pela bola parada que ele tem e pela forma de enxergar o jogo. Mas não acho que somos dependentes dele não", afirmou Muricy, que se mostrou esperançoso em relação à evolução do time. "Vamos ficar muito fortes e vamos brigar pelo titulo", falou.
Para o superintendente Marco Aurélio Cunha, é incorreto pensar que o time possa parar caso não conte com Jorge Wagner, que foi denunciado pelo Palmeiras e pode pegar suspensão pela joelhada dada em Valdivia no clássico de domingo em Ribeirão Preto.
"Às vezes, você descobre uma solução tática que nem sabia que tinha porque estava acostumado a outra", analisou o dirigente do clube tricolor.
Curiosamente, é também com uma das principais armas do ala baiano que o Sportivo Luqueño tentará surpreender o atual bicampeão brasileiro. "Acho que o nosso forte é a bola parada. Vamos abusar desse recurso", afirma o volante Quintana, do time paraguaio.
Ontem, ao fim da tarde, o time brasileiro reconheceu o gramado do Feliciano Cáceres após uma viagem tranqüila. Na escalação, Muricy vai iniciar com Éder Luis na armação. Como Fábio Santos não viajou, o provável é que a contenção seja montada com Hernanes e Richarlyson, ao passo que Zé Luis formará a zaga ao lado de Miranda e André Dias.
"Ele [André Dias, que levou cotovelada de Kléber no domingo] ainda tem um inchaço no rosto, mas está liberado para jogar", disse Muricy, antes de embarcar para Assunção, onde o time está hospedado. Com isso, Jorge Wagner ganha mais uma cabeça para procurar dentro da área nos lances de bola parada.0 (MÁRVIO DOS ANJOS)