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Brasil se redime na prancheta
Assistente no San Diego, Walter Roese ajuda time a ir à fase final do basquete universitário dos EUA
Enquanto treinadores do país vêm sendo criticados e seleção é dirigida pela 1ª vez por estrangeiro, brasileiro está no "March Madness"
ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL
Em uma época em que o trabalho dos técnicos brasileiros
vem sendo bastante criticado
-pela primeira vez a seleção
nacional será dirigida por um
estrangeiro-, um representante do país se destaca no basquete universitário dos EUA.
Em seu ano de estréia como
assistente do técnico Bill Grier
na Universidade de San Diego,
Walter Roese ajudou a levar o
time ao "March Madness"
("Loucuras de Março", como é
chamada a fase final do universitário norte-americano).
Pioneiro do país na função na
pátria do basquete, Roese acredita que outros brasileiros podem obter sucesso nos EUA.
"Não sei se há preconceito
contra técnicos brasileiros. Isso é muito da cabeça de cada
um. Se você mostrar seriedade
em seu trabalho, as coisas boas
acabam vindo", comenta o treinador, que apóia a contratação
do espanhol Moncho Monsalve
para a seleção brasileira.
"Acho que é uma tentativa.
Se ele será a pessoa encarregada [de classificar o Brasil para a
Olimpíada], tomara que seu
trabalho dê certo. Mas também
há muitos técnicos brasileiros
competentes", completa Roese,
que já viajou para Tampa (Flórida), para a próxima fase da
NCAA (liga universitária).
"A classificação foi surpreendente até para nós. O time foi
muito bem-sucedido, já que é
nosso primeiro ano aqui. Foi a
melhor campanha em anos",
conta o brasileiro, que como
atleta foi campeão nacional pelo Monte Líbano, em 1987, mas
não teve destaque na seleção.
A partir de hoje, as 64 melhores universidades dos EUA iniciam a fase decisiva do torneio,
que será disputada em oito cidades -276 instituições já foram eliminadas da disputa.
Amanhã, San Diego pega
Connecticut. Se vencer, tem
novo mata-mata no domingo,
quando sobram 32 equipes.
Se superar esse obstáculo, o
time da Califórnia passa à fase
seguinte, em Phoenix -mais
três cidades sediam os outros
mata-matas. Os vencedores de
cada seletiva disputam o Final
Four, que neste ano será em
San Antonio, de 5 a 7 de abril.
No caminho até o torneio nacional, San Diego venceu a difícil Conferência da Costa Oeste,
na qual havia ficado em terceiro lugar na fase classificatória.
Nas finais, porém, derrotou
Saint Mary's, vice-líder da primeira fase. Na decisão, fora de
casa, bateu Gonzaga, campeã
da temporada regular e 24ª do
ranking universitário dos EUA,
por 69 a 62. Foi o primeiro
triunfo de San Diego sobre a
instituição do Estado de Washington após 13 derrotas.
"Foi uma festa ainda maior
pelo fato de nossa equipe ser jovem e ainda com pouca experiência", afirma o brasileiro,
que anteriormente desempenhou a mesma função na Brigham Young University.
Na universidade de Salt Lake
(Utah), levou para os EUA o pivô Baby, que chegou à seleção
brasileira, teve passagens por
Toronto e Utah na NBA e neste
ano se transferiu para a Rússia.
"Quero dar oportunidade para mais brasileiros virem para
cá", diz ele, de olho em duas revelações que já estão nos EUA,
o ala Luciano e o pivô Roberto.
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