São Paulo, sábado, 20 de março de 2010

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Nas finanças, Mundial no Brasil já bate o da África

DA ENVIADA A ZURIQUE

Os contratos comerciais assinados pela Fifa para a Copa de 2014 até o momento, sobretudo com empresas brasileiras, já superam o montante obtido pela entidade em acordos comerciais para o Mundial da África do Sul, neste ano.
"Há empresas com as quais assinamos, mas ainda não foram anunciadas, e eu não posso dar os nomes delas", afirmou Jérôme Valcke, secretário-geral da entidade máxima do futebol. "Já temos uma quantidade fantástica de acordos."
Mais cedo, em entrevista coletiva, o dirigente dissera que os acordos haviam superado os sul-africanos para o mesmo estágio. Indagado depois se o volume tinha superado também o total de contratos comerciais para esta Copa, Valcke respondeu que "as empresas brasileiras são maiores e mais fortes".
Nessa conta, afirmou, também pesou o fato de os acordos serem fechados com valores mais altos do que os atuais, já que estão embutidas expectativas de inflação e valorização nos próximos quatro anos.
A Fifa disse ontem que "não tem nenhuma preocupação financeira com o Brasil". Questionado se a entidade não temia pelas garantias após a mudança na divisão dos royalties do pré-sal, o presidente da entidade, Joseph Blatter, disse que não. A medida reduz drasticamente a fatia fluminense, o que o governador Sérgio Cabral afirma pôr em risco a organização da Copa e da Olimpíada de 2016.
"Por ora não estamos cientes [de problema]. Para os Jogos Olímpicos, é outra história, mas, ao menos para a Copa, as informações mais recentes que temos são bastante boas", afirmou Valcke. Na véspera, o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, dissera à Folha que o assunto não foi citado pela Fifa.
Ontem, a entidade anunciou que sua receita em 2009 pela primeira vez quebrou a barreira do US$ 1 bilhão, chegando a US$ 1,059 bilhão, impulsionada sobretudo pela venda de direitos comerciais. O lucro somou US$ 196 milhões.
"Não vou dizer que estamos ricos, mas estamos felizes", disse Blatter, afirmando que o resultado foi acima do esperado. Para este ano, a Fifa espera bater em US$ 1,2 bilhão.
Os cartolas passaram boa parte da coletiva em Zurique insistindo que a escolha da África do Sul como sede do próximo Mundial havia sido "financeiramente acertada".
"As pessoas dizem que na África do Sul podemos não ganhar tanto dinheiro. Não é verdade. O que pode sair um pouco mais caro é a organização, mas eles merecem que coloquemos esse dinheiro para ajudá-los", disse Blatter, sem revelar quanto a Fifa gastou no país.
Ontem, mais uma vez, a entidade rejeitou colocar limite ao mandato de seu presidente -o suíço já está no cargo há oito anos. A Fifa informou ainda que a Tailândia sediará o Mundial de futebol de areia, em 2013, e que readmitiu o Iraque entre seus associados. (LC)


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