São Paulo, domingo, 20 de março de 2011

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OUTRO LADO

Ministério nega interesse partidário

PC do B e empresas não veem ligação entre doações e Copa e Olimpíada

DE SÃO PAULO

As leis sobre a Copa-2014 e os Jogos-2016 são fruto de garantias governamentais dadas à Fifa e ao COI (Comitê Olímpico Internacional). Foi o que disse a assessoria do Ministério do Esporte, ao negar motivação partidária na atuação de Orlando Silva Jr..
"Ressaltamos que o ministro do Esporte toma decisões com base no interesse público, e não em interesses partidários", afirmou a assessoria do Ministério do Esporte.
Na edição de domingo passado, a Folha mostrou que, em cinco anos de gestão, Silva Jr. concentrou verbas do maior programa da pasta, o Esporte e Lazer na Cidade, em prefeituras aliadas do PC do B em São Paulo, que compõem sua base política.
A respeito das doações dos parceiros de Copa e Olimpíada, a pasta informou que tanto o Ato Olímpico como a Lei Geral da Copa foram ou são elaborados a partir dos compromissos do governo para sediar os eventos. "O Poder Executivo e o Poder Legislativo respaldaram as garantias governamentais perante o COI", declarou o ministério.
A assessoria, porém, não especificou o papel do ministério nessas legislações.
O presidente do PC do B, Renato Rabelo, declarou que apenas o Banco Alvorada, controlado pelo Bradesco, fez contribuições para a direção do partido. As outras doações foram enviadas para os comitês estaduais.
Mas ressaltou que o Bradesco e a Coca-Cola já apoiavam candidatos ou o partido em eleições anteriores.
"Sinceramente, nem sabia quem eram os patrocinadores da Olimpíada e da Copa", declarou Rabelo, que afirmou não influir em decisões do Ministério do Esporte.
"Não procuramos ninguém por ser patrocinador olímpico. Procuramos quem defende os princípios iguais aos do partido", ressaltou.
As empresas também negaram relação entre as doações ao PC do B e a presença do partido no ministério.
"A Coca-Cola faz doações para partidos políticos desde 1996, muito antes de o Brasil ter sido escolhido sede de Copa e Olimpíada", declarou a companhia, via assessoria.
De acordo com a assessoria do McDonald's, os contratos dos eventos são definidos mundialmente, "sem o envolvimento dos mercados onde serão realizados".
A empresa disse que acredita em "apoiar valores democráticos" e que, por isso, "apoiou alguns partidos políticos nas eleições de 2010".
A assessoria do Bradesco, ao negar elo entre doações e o patrocínio, afirmou que "eventuais contribuições aos partidos políticos observam todos os aspectos legais".


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