LUÍS FERRARI
TONI ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL

O campeonato em questão é a Libertadores, mas o São Paulo vai entrar em campo hoje, às 22h, para enfrentar o Caracas, no Morumbi, a fim de tentar fechar a fase de classificação do seu grupo em primeiro lugar, com a última rodada do Paulista na cabeça.
Com nove pontos, dois a menos que o Chivas, os são-paulinos precisam vencer e secar. Além da necessidade dos três pontos, torcem para um tropeço dos mexicanos diante do Cienciano para assegurar o posto de melhor do Grupo 1.
No Paulista, a situação foi idêntica. Na jornada derradeira, o São Paulo precisava vencer o Ituano e torcer para o Santos perder pontos em casa diante da Portuguesa.
A vitória em Mogi Mirim mostrou-se inútil, pois o Santos acabou com o sonho do bi são-paulino ao triunfar na Vila Belmiro.
Hoje, como na rodada final do Paulista, tanto Cienciano e Chivas (desfalcados dos jogadores que já servem a seleção mexicana em preparação para a Copa) como São Paulo e Caracas vão fazer a bola rolar no mesmo horário -por isso a confronto do Morumbi está marcado para as 22h, um horário incomum para jogos às quintas-feiras no Brasil.
Apesar de estar em desvantagem na pontuação e ter amargado o vice do Paulista numa situação de dependência de resultado alheio, como hoje, Muricy Ramalho declarou que o seu time está psicologicamente em ordem.
"O São Paulo está bem. Os jogadores sabem do seu potencial, e vamos entrar sem pensar no jogo do Chivas. Temos é que ganhar. Sei que, quando sair algum gol no outro jogo, vocês [jornalistas] serão os primeiros a me avisar", falou o técnico são-paulino.
Indagado se as derrotas para o Chivas e a perda do Paulista para o Santos tinham deixado seqüelas no grupo, Muricy foi categórico.
"De jeito nenhum. O Paulista foi um campeonato de recuperação. Nossa chegada foi muito boa no final. Quanto ao Chivas, não merecíamos ter perdido o primeiro jogo. Na derrota no Morumbi [que marcou o fim da invencibilidade de 19 anos do São Paulo em seu estádio pela Libertadores], o time estava desgastado pela vitória sobre o Santos", disse Muricy, que ainda desafia os mexicanos. "Com nosso time inteiro, e 100% fisicamente, a história é outra."
Apesar de sonhar em terminar a primeira fase com a melhor campanha da chave, o treinador disse que, se o time acabar em segundo lugar, não haverá problema.
"No ano passado, o São Paulo decidiu a vaga contra dois times muito fortes fora de casa e foi campeão. Decidiu contra o Tigres e o River Plate e foi muito bem."
Ele adiantou que não vai poupar nenhum jogador pelo fato de o time estar classificado e disse que isso talvez ocorra no domingo, quando o São Paulo vai ao Ceará pegar o Fortaleza, pelo Brasileiro.
"Aí a coisa muda. Em mata-matas, pode acontecer tudo. Mas, mesmo contra o Fortaleza, não vai ter essa de um outro time. Vão ser dois ou três que ficarão fora."