São Paulo, domingo, 20 de abril de 2008

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Aranha agarra até pênalti e coloca Ponte na decisão

Heróico, jogador do time de Campinas fecha gol contra o Guará e leva a equipe para mais uma decisão do Paulista

Guaratinguetá 1
Ponte Preta 2

DA REPORTAGEM LOCAL

A Ponte Preta vai ter mais uma chance em sua mais que centenária história para conseguiu um inédito título do Paulista. Vice-campeã estadual em 1970, 77, 79 e 81, a equipe campineira garantiu ontem vaga na decisão de forma heróica ao derrotar o Guaratinguetá por 2 a 1, de virada, mesmo jogando a maior parte da etapa derradeira com um homem a menos.
No jogo de ida, em casa, a Ponte Preta já havia vencido a sensação do campeonato por 1 a 0. Contra qualquer adversário na grande decisão (Palmeiras ou São Paulo), o tradicional time do interior terá que superar a vantagem de dois empate do rival -a Ponte acumula 41 pontos entre primeira fase e semi.
O grande nome da primeira finalista do Estadual foi o goleiro Aranha, que até pênalti defendeu. O Guaratinguetá, dono da melhor campanha na fase de classificação, tentou pressionar desde o início, mas também cedeu espaços para o adversário.
No primeiro tempo, o jogo foi bastante movimentado. Antes do primeiro gol, aos 26min, os dois times já tinham atacado com perigo. A equipe da casa saiu na frente com Nenê, que recebeu livre e tocou com estilo na saída de Aranha. Mal deu tempo para comemoração.
Dois minutos depois, um escanteio cobrado na primeira trave por Renato encontrou a cabeça de Luís Ricardo, que deixou tudo igual no placar.
O Guaratinguetá, com muita movimentação no ataque, conseguia criar seguidos lances de gol, mas esbarrava no goleiro rival. Aos 36min, ele defendeu a cobrança de pênalti do meia Michel, o maior destaque do time do técnico Guilherme Macuglia -o jogador, muito abatido, até chorou no intervalo.
"Eu conhecia o cobrador do tempo em que ele esteve lá [Ponte Preta]", falou Aranha.
No segundo tempo, o ritmo do jogo diminuiu, mas a emoção continuou. Aos 11min, Dinei quase colocou em vantagem o Guaratinguetá com uma cabeçada que triscou a trave direita de Aranha. A situação se complicou pouco depois para a visitante quando o lateral Eduardo Arroz acabou expulso.
O jogador recebeu o segundo cartão amarelo, de forma merecida, e deixou o campo falando em "vergonha". No primeiro tempo, o árbitro Cléber Wellington Abade errou ao não expulsar o meia Renato, da Ponte Preta, que já tinha amarelo e depois fez uma falta para outro.
Na primeira partida da decisão, quase que seguramente em Campinas, a Ponte não terá de todas as formas, por suspensão, Eduardo Arroz, Renato e César (os dois últimos por causa do terceiro cartão amarelo).
Macuglia colocou o Guará ainda mais na frente, mesmo sacando Michel, que parecia não ter condições psicológicas.
Em um intervalo de quatro minutos, Aranha fez quatro defesas sensacionais. A pressão do dono da casa era enorme, mas o goleiro da Ponte estava absolutamente intransponível.
O técnico da equipe campineira, Sérgio Guedes, fez então uma substituição providencial. Aos 33min, ele sacou o meia Renato, pendurado e também apagado àquela altura, e pôs o atacante Wanderley. Isso porque Luís Ricardo, só na frente, não segurava a bola no ataque.
Um minuto após entrar, Wanderley fez o gol da classificação. Uma falha de Jorge Henrique rendeu a bola para Luís Ricardo, que serviu bem o companheiro. Mesmo com dez jogadores em campo e sufocada, a Ponte conseguiu a virada.
""A torcida me pediu, me apoiou e fiz o gol", falou o autor do gol que selou a classificação.
O Guará precisava então de dois gols em cerca de dez minutos para ir a uma inédita decisão. Porém o campeão do interior do ano passado esbarrou em mais duas defesas importantes de Aranha, que além de tudo conseguiu não levar o terceiro amarelo que o tiraria também do primeiro jogo da final.
O herói da ""Macaca" foi elogiado pelos rivais e foi celebrar com a torcida. ""É bastante treino, conjunto, tudo isso ajuda. Conseguimos nossa meta. Trabalhamos para chegar à final. Não queríamos só ficar entre os quatro [semifinalistas]. Agora, nós podemos ser campeões, o que a Ponte nunca conseguiu."


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