RAUL JUSTE LORES
DE PEQUIM

O técnico da seleção feminina de futebol, Jorge Barcellos, afirmou após o jogo que o time ainda "tem que melhorar muita coisa", mas admitiu a ambição de medalha. "Toda seleção pensa chegar na final, temos a melhor expectativa possível", disse.
Já classificadas para Pequim, as jogadoras apontaram a garra como o antídoto à pressão de Gana no início. "As ganenses atacaram muito, estávamos há algum tempo sem jogar, há cinco jogadoras novas, mas, no final, vencemos e valeu pela garra", disse à Folha a capitã Aline, autora do terceiro gol.
O técnico disse que esperava uma Gana mais recuada, mas disse que, ao colocar três atacantes, o time africano ficou mais vulnerável. "O Brasil tem duas atacantes muito rápidas e mudou várias vezes, confundindo a marcação de Gana".
As jogadoras brasileiras comemoram o que, para elas, "era uma partida igual a uma final, uma decisão", segundo a atacante Cristiane, 22, uma das estrelas da partida, autora de dois gols. "Foi o jogo mais importante das nossas vidas, um dia muito feliz", disse ela, que joga no futebol sueco, na entrevista.
O Estádio dos Trabalhadores receberá a final do futebol feminino na Olimpíada. Havia 21.185 torcedores - a capacidade é de 60 mil, que pagaram ingressos com preços entre R$ 5 e R$ 20.
Cerca de 500 torcedores eram brasileiros, os únicos no estádio a cantar e pular . Na maior parte do tempo, o estádio ficou em silêncio. Apenas uma "ola" iniciada pela torcida brasileira conseguiu adesão parcial dos quietos torcedores locais.
Um grupo de 500 voluntários fazia parte dos chamados "ensaios de torcida". Diante da sisudez do torcedor chinês, excessivamente respeitoso e sem conhecer boa parte dos esportes disputados, o comitê organizador está recorrendo a cursos de animação. Os voluntários ficam balançando pompons, barras vermelhas, amarelas e brancas e bandeirolas.


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