São Paulo, domingo, 20 de abril de 2008

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Sonho olímpico faz 1ª pupila voltar ao país

ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

Forjada no judô japonês, Danielli Yuri almejava disputar os Jogos Olímpicos. Aos 19 anos, porém, decidiu que não daria para tentar isso na pátria dos tatames. "Sonhava com Olimpíada desde pequena. Treinava lá de domingo a domingo. Não podia jogar tudo isso no lixo."
Isso começou cedo, aos seis anos, em Registro, com o pai, professor de judô. Aos 11, Hamamatsu. "Estranhei. Ficava sozinha. Estava sempre debaixo da saia da minha mãe."
Os colegas de classe olhavam com estranheza aquela mestiça que não dominava sua língua. "No começo, foi difícil. Não entendia nada e havia um certo preconceito contra o estrangeiro. Depois, acostumei-me."
Nos treinos, desenvolveu a técnica japonesa, que usou como trunfo para arrebatar a prata no Pan do Rio, em julho, e para assegurar lugar na seleção brasileira que irá a Pequim.
"O judô japonês é a luta clássica, de técnica, gostosa de ver. O estilo europeu é mais de força, puxado para a luta olímpica, com golpes que ninguém sabe o nome", define Danielli, deixando claro qual é sua opção.
Afastada da família quase o ano inteiro, ela aproveita as férias para matar a saudade. O problema é que nem na casa dos pais consegue descansar direito. "Meu pai é tão fanático por judô que cobriu de tatame o quarto que desocupei quando retornei ao Brasil. Quando vou para lá, ele fala: "Vamos treinar aí um pouco". Não tem jeito."
Para realizar o desejo de ir à Olimpíada, Danielli teve que superar Vânia Ishii, campeã do Pan de 1999 e representante de outra linhagem do judô nacional. Seu pai, Chiaki Ishii, foi o primeiro brasileiro medalhista olímpico no esporte -ganhou o bronze em Munique-1972.
"Considero a minha categoria uma das mais fortes no país. Não só pela Vânia mas porque havia muitas outras meninas com boa técnica", afirma.


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