Quando tudo parecia perdido, a dona do ataque mais potente da Superliga passou a ditar o jogo e deu o título ao Osasco

CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA

O TÍTULO da Superliga foi decidido após um erro do juiz, Carlos Cimino, no terceiro set. Natália atacou, e a bola bateu na mão da Erika. Cimino não viu o toque no bloqueio, assinalou bola fora da Natália e deu ponto para o Rio. A oposta do Osasco foi à loucura e levou cartão amarelo, o que rendeu outro ponto para as rivais. "Fiquei com muita raiva", disse Natália.
Movida por essa raiva, Natália passou a virar todas as bolas a partir do fim do terceiro set e a contagiar o time. A cada ponto, abraçava técnico e colegas como se fosse um gol. Fez 28 pontos, mais de um set sozinha, e merecia o título de melhor jogadora da final, que ficou com Jaqueline.
Ok, Jaqueline fez uma grande Superliga. Foi uma das melhores do torneio. Além de ter uma grande defesa, formou a melhor linha de passe da competição, ao lado de Sassá e Camila Brait. Mas, na decisão, quem brilhou foi Natália, a dona do ataque mais poderoso do vôlei brasileiro.
Até o ponto antes do erro do juiz, a história dos últimos quatro anos parecia fadada a se repetir. O Rio, após perder o primeiro set, caminhava para a vitória apoiado em suas qualidades, a de errar pouco, defender muito e não desistir do jogo.
Para ter uma ideia, o Rio, do técnico Bernardinho, perdeu o título, mas errou menos do que o Osasco: 18 erros contra 24 do adversário.
Já o Osasco, atormentado por apagões nas horas decisivas, encerrou a temporada de forma bem diferente da anterior, quando perdeu o título e o patrocinador. O técnico Luizomar de Moura batalhou muito: conseguiu um novo patrocínio e manteve quase todas as jogadoras.
Uma das conclusões deste fim de temporada é que a líbero Fabi, do Rio, já não reina sozinha, sem rivais.
Camila Brait, do Osasco, não tem a mesma experiência, mas disputará a posição com ela na seleção.
Prepare-se, pois começam as especulações. Já circulam as seguintes histórias: Fabiana vai sair do Rio e ir para a Europa, Walewska voltará ao Brasil, Mari e Sheila têm propostas da Itália e do Rio. Certo mesmo é que a convocação da seleção sairá nesta semana. Talvez na quarta.

SHOW DO LORENA
Montes Claros vai ferver. O time da cidade, que venceu o Cruzeiro fora de casa, precisa de mais uma vitória hoje sobre o rival para ir à final da Superliga. Olho no oposto Lorena, um show em quadra. É o maior pontuador, tem o melhor saque e a terceira melhor defesa do torneio.

DUELO DE BACANAS
Os dois favoritos, Florianópolis e Pinheiros, acabaram tendo que se enfrentar na semifinal. No primeiro jogo, com 2h49min, o time do levantador Bruno sacou melhor, teve um Bob perfeito e venceu. Quinta-feira é tudo ou nada para o Pinheiros do Giba. A tendência é a decisão em um terceiro jogo.

cidasan@uol.com.br


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