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Por 45 minutos, seleção reedita cor do fracasso
FERNANDO MELLO
ENVIADO ESPECIAL A PARIS
O Brasil pisará hoje no Stade de
France com aquele que foi o símbolo do maior revés dos 90 anos
da história da seleção.
A seleção de Carlos Alberto Parreira vestirá o mesmo branco que
foi aposentado por causa da derrota para o Uruguai, na final da
Copa do Mundo de 1950.
A pedido da Fifa, que comemora seu centenário, Brasil e França
disputarão os 45 minutos iniciais
vestindo modelos inspirados em
suas primeiras camisas.
Rivais no mercado internacional de material esportivo, Nike e
Adidas, parceiras de Brasil e França, respectivamente, aceitaram o
pedido e reeditaram os modelos.
A camisa do Brasil terá bordado
em feltro o logotipo da CBD
(Confederação Brasileira de Desportos), entidade que comandou
o esporte no país de 1916 até 1979,
quando nasceu a CBF. De 1914 a
1916, o futebol foi dirigido pela Federação Brasileira de Sports.
Com detalhes em azul e gola pólo com cordões, o uniforme terá a
marca da Nike em uma das mangas. Na outra manga estará o logotipo da aniversariante. Os calções e as meias serão brancos.
O Brasil utilizou um uniforme
branco em sua partida de estréia,
contra o Exeter City (Inglaterra)
-vitória por 2 a 0, nas Laranjeiras (Rio), em 21 de julho de 1914.
Depois da derrota para o Uruguai em 50, a cor ficou marcada
como o símbolo do fracasso -o
Brasil adotou na Copa de 1954 o
amarelo, que permanece até hoje.
A França também entra em
Saint-Denis com uma cor diferente -a Adidas fez segredo, mas deve predominar o azul mais claro.
As duas camisas "antigas" devem ser colocadas à venda no
mercado -uma branca do Brasil
deve ser vendida hoje no estádio
por 100 (cerca de R$ 360). No
Brasil o preço ainda não está definido, de acordo com a assessoria
de comunicação da Nike.
No segundo tempo, para simbolizar a passagem dos cem anos,
as duas seleções voltarão a campo
com uniformes atuais, já com as
estrelas de campeões do mundo.
Para ressaltar o clima festivo da
partida de hoje, a Fifa fugiu à visão mercantilista que marca a entidade desde a posse do brasileiro
João Havelange (que comandou a
federação de 1974 a 1998).
Os milionários patrocinadores
perderam a vez. Ao contrário do
que acontece em qualquer jogo
organizado pela Fifa, França x
Brasil não terá nenhum anunciante nas placas publicitárias.
No lugar das cativas Coca-Cola,
Mastercard, Adidas e JVC estarão
mensagens politicamente corretas, como o incentivo ao "fair
play" e o combate ao racismo.
Também diferentemente do
que costuma acontecer, nenhuma
das seleções receberá cota. Tiveram seus gastos pagos pela Fifa
-no caso do Brasil, transporte e
hospedagem da delegação e de
seus mais de 200 convidados.
Colaborou Paulo Cobos, enviado
especial a Paris
O jornalista Fernando Mello viaja
a convite da Fifa
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