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Palmeiras decide sem força motriz
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL
O Palmeiras decide seu futuro
na competição em que mais aposta nesta temporada sem poder
contar com sua força motriz.
Ao entrar hoje no campo do
Parque Antarctica, às 20h30, para
enfrentar o Santo André, pelas
quartas-de-final da Copa do Brasil, a equipe corre grande risco de
não contar, pela quarta vez consecutiva, com o meia Pedrinho, que
ainda se recupera de contusão.
O jogador tem sido o diferencial
entre o bom e o mau rendimento
do time palmeirense em 2004.
Nos campeonatos Paulista e
Brasileiro, a presença de Pedrinho
entre os titulares fez o time melhorar na maioria dos fundamentos auferidos pelo Datafolha.
Dos 16 quesitos medidos, apenas em quatro deles a equipe do
Parque Antarctica tem melhor
rendimento sem o meia.
Com Pedrinho, o Palmeiras dribla mais (média de 17,9 por jogo,
contra 13 quando o jogador não
está em campo), arrisca mais lançamentos (8,2 contra 4), conquista mais escanteios (10 a 7) e finaliza mais (20,3 contra 17,5) e melhor (aproveitamento de 41,9%
com o atleta e 37,1% sem ele).
A presença do meia tem sido tão
fundamental para o time que até a
disciplina piora quando o titular
da camisa 10 fica fora. Sem Pedrinho, a média palmeirense de
amarelos e vermelhos por jogo
sobe de 2 para 2,75 e de 0,13 para
0,25, respectivamente. No entanto
o time passa a ser mais caçado pelos adversários: a média de faltas
recebidas sobe de 16,8 para 26,1
quando Pedrinho está em campo.
Até mesmo o setor defensivo
sente a falta do jogador, cujas características são essencialmente
ofensivas. Quando conta com Pedrinho o Palmeiras faz 135,7 desarmes, contra média de 123,8.
Curiosamente, os únicos fundamentos em que o Palmeiras apresenta desempenho melhor quando não conta com seu armador
estão relacionados com qualidade
técnica do time. Sem Pedrinho, os
palmeirenses se tornam mais pacientes e mais precisos. O time aumenta o número de passes de 298
para 327 e também erra menos:
83,6% de aproveitamento com
Pedrinho e 86,5% sem ele.
Uma lesão na coxa esquerda é o
motivo da provável ausência do
meia, que não atua desde a partida contra o Goiás, há duas semanas. Ele chegou a treinar para o jogo de hoje, mas, segundo o médico do Palmeiras Vinícius Martins,
sua escalação está praticamente
descartada. "Ele ainda não está liberado porque não está 100%",
diz Martins. "O atleta quer jogar,
mas temos que ter cuidado."
O técnico Jair Picerni, que anteontem, após ver Pedrinho treinar, praticamente confirmou seu
retorno, também se mostrava
pessimista na manhã de ontem.
"Está difícil", resumiu o treinador, que deve colocar Diego Souza para começar o jogo -o atleta,
que saiu de campo machucado no
domingo, contra o Cruzeiro, treinou e foi liberado para atuar.
Para o Palmeiras ir às semifinais
da Copa do Brasil -feito que não
alcança desde 1999, quando perdeu a vaga na decisão daquele ano
para o Botafogo-, basta empatar
em até dois gols com o time do
ABC. O resultado de 3 a 3 leva a
decisão para os pênaltis.
Neste ano, a equipe decidiu em
casa todos seus jogos de volta no
torneio nacional. Na segunda fase, goleou o São Gabriel-RS por 4
a 0. Nas oitavas-de-final, empatou
com o Goiás em 1 a 1, obtendo,
nos pênaltis, a classificação para
continuar na Copa do Brasil.
O rival de Palmeiras ou Santo
André nas semifinais será o 15 de
Novembro gaúcho, que ontem
eliminou o tocantinense Palmas.
NA TV - Sportv, ao vivo, a
partir das 20h30
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