São Paulo, quinta-feira, 20 de maio de 2004

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Palmeiras decide sem força motriz

PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL

O Palmeiras decide seu futuro na competição em que mais aposta nesta temporada sem poder contar com sua força motriz.
Ao entrar hoje no campo do Parque Antarctica, às 20h30, para enfrentar o Santo André, pelas quartas-de-final da Copa do Brasil, a equipe corre grande risco de não contar, pela quarta vez consecutiva, com o meia Pedrinho, que ainda se recupera de contusão.
O jogador tem sido o diferencial entre o bom e o mau rendimento do time palmeirense em 2004.
Nos campeonatos Paulista e Brasileiro, a presença de Pedrinho entre os titulares fez o time melhorar na maioria dos fundamentos auferidos pelo Datafolha.
Dos 16 quesitos medidos, apenas em quatro deles a equipe do Parque Antarctica tem melhor rendimento sem o meia.
Com Pedrinho, o Palmeiras dribla mais (média de 17,9 por jogo, contra 13 quando o jogador não está em campo), arrisca mais lançamentos (8,2 contra 4), conquista mais escanteios (10 a 7) e finaliza mais (20,3 contra 17,5) e melhor (aproveitamento de 41,9% com o atleta e 37,1% sem ele).
A presença do meia tem sido tão fundamental para o time que até a disciplina piora quando o titular da camisa 10 fica fora. Sem Pedrinho, a média palmeirense de amarelos e vermelhos por jogo sobe de 2 para 2,75 e de 0,13 para 0,25, respectivamente. No entanto o time passa a ser mais caçado pelos adversários: a média de faltas recebidas sobe de 16,8 para 26,1 quando Pedrinho está em campo.
Até mesmo o setor defensivo sente a falta do jogador, cujas características são essencialmente ofensivas. Quando conta com Pedrinho o Palmeiras faz 135,7 desarmes, contra média de 123,8.
Curiosamente, os únicos fundamentos em que o Palmeiras apresenta desempenho melhor quando não conta com seu armador estão relacionados com qualidade técnica do time. Sem Pedrinho, os palmeirenses se tornam mais pacientes e mais precisos. O time aumenta o número de passes de 298 para 327 e também erra menos: 83,6% de aproveitamento com Pedrinho e 86,5% sem ele.
Uma lesão na coxa esquerda é o motivo da provável ausência do meia, que não atua desde a partida contra o Goiás, há duas semanas. Ele chegou a treinar para o jogo de hoje, mas, segundo o médico do Palmeiras Vinícius Martins, sua escalação está praticamente descartada. "Ele ainda não está liberado porque não está 100%", diz Martins. "O atleta quer jogar, mas temos que ter cuidado."
O técnico Jair Picerni, que anteontem, após ver Pedrinho treinar, praticamente confirmou seu retorno, também se mostrava pessimista na manhã de ontem.
"Está difícil", resumiu o treinador, que deve colocar Diego Souza para começar o jogo -o atleta, que saiu de campo machucado no domingo, contra o Cruzeiro, treinou e foi liberado para atuar.
Para o Palmeiras ir às semifinais da Copa do Brasil -feito que não alcança desde 1999, quando perdeu a vaga na decisão daquele ano para o Botafogo-, basta empatar em até dois gols com o time do ABC. O resultado de 3 a 3 leva a decisão para os pênaltis.
Neste ano, a equipe decidiu em casa todos seus jogos de volta no torneio nacional. Na segunda fase, goleou o São Gabriel-RS por 4 a 0. Nas oitavas-de-final, empatou com o Goiás em 1 a 1, obtendo, nos pênaltis, a classificação para continuar na Copa do Brasil.
O rival de Palmeiras ou Santo André nas semifinais será o 15 de Novembro gaúcho, que ontem eliminou o tocantinense Palmas.


NA TV - Sportv, ao vivo, a partir das 20h30


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