EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL

O São Paulo manteve a escrita de sucesso no Morumbi e saiu em vantagem nas quartas-de-final da Libertadores da América ao bater o Deportivo Táchira, da Venezuela, por 3 a 0, ontem à noite.
Agora, o clube brasileiro pode perder por até dois gols de diferença na próxima quarta, em San Cristóbal, para ir às semifinais.
Com o resultado, o São Paulo chegou à 18ª vitória consecutiva no Morumbi pela Libertadores, além de quebrar a invencibilidade do adversário na competição. Foi a 21ª partida invicta do time na competição em casa. A última derrota ocorreu em 1987, para o Colo Colo, do Chile.
Ontem, os são-paulinos chegaram ao sétimo triunfo quando iniciaram em casa um mata-mata de Libertadores. Nas seis vezes anteriores, em cinco o São Paulo passou por seus rivais quando começou a decidir em seus domínios.
Só em 1974, contra o argentino Independiente, os brasileiros foram derrotados na decisão. Mesmo assim, venceram o primeiro jogo, em São Paulo, por 2 a 1.
No início do confronto de ontem, o São Paulo teve dificuldades para organizar jogadas. Os venezuelanos, com cinco homens no meio-campo, bloqueavam com facilidade Danilo e Gabriel, que ganhou a vaga de Marquinhos.
Com isso, o time de Cuca errava muitos passes -20 só na etapa inicial- e ficava exposto aos contra-ataques do Táchira, que, com apenas Rondón à frente, conseguiu finalizar três vezes. Luis Fabiano, bem marcado, recuava para receber a bola, mas a estratégia também não surtia efeito.
Diante de um forte esquema defensivo, o São Paulo tentava recorrer ao jogo aéreo e à bola parada. E, assim, a estrela do goleiro Rogério, herói contra o Rosario Central na classificação às quartas-de-final, voltou a brilhar.
Aos 33min, em cobrança de falta perfeita, o capitão são-paulino abriu o placar no Morumbi.
O Deportivo Táchira, que cometeu 14 infrações na primeira etapa, passou a se arriscar um pouco mais após sofrer o gol, e os são-paulinos encontraram mais espaços no ataque. Danilo, em um chute de primeira na área, quase ampliou, mas o goleiro do time venezuelano fez boa defesa.
Os comandados de Cuca começaram o segundo tempo levando um susto. Após levantamento na área, Rogério falhou, e Fabão tirou a bola quase em cima da linha do gol. A partir daí, os brasileiros tomaram conta da partida.
Mas, diferentemente do primeiro tempo, a equipe atacava pelo lado esquerdo. Por ali, aos 4min, Gustavo Nery sofreu pênalti de González. Luis Fabiano cobrou e fez 2 a 0. Foi o sexto gol do atacante, artilheiro da Libertadores.
Não demorou muito e Gustavo Nery, aos 14min, recebeu passe de Luis Fabiano, que fez duas assistências na partida, e marcou o terceiro em chute cruzado.
Sob gritos de olé de quase 57 mil torcedores que foram ao Morumbi, o São Paulo perdeu oportunidades para ampliar, embora tenha tido aproveitamento nas finalizações superior ao do Brasileiro. Ontem, o time acertou 40% de seus arremates-oito tentativas certas em 20 chutes. No Nacional, a média de acerto é de 29%.
Aos 25min, Luis Fabiano, com dores na coxa, foi substituído por Diego Tardelli, recém-reintegrado ao time principal. Com o jogo liquidado, Cuca sacou o meia Danilo e colocou o volante Ramalho. Em seguida, Gabriel, por indisciplina, foi expulso. Mas isso não alterou o panorama da partida.


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