São Paulo, sexta-feira, 20 de maio de 2011

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Fifa alterou até a altura do Itaquerão

2014
Diretor corintiano aceita demandas da entidade e questiona empreiteira sobre valor de R$ 1,07 bilhão


MARTÍN FERNADEZ
RODRIGO MATTOS
DE SÃO PAULO

As exigências da Fifa para chefes de Estado, VIPs e imprensa foram os principais fatores de encarecimento do estádio do Corinthians, previsto para abertura da Copa- -2014. É o que conta o diretor de marketing do Corinthians, Luis Paulo Rosenberg.
Agora, o dirigente negocia para tentar reduzir o orçamento de R$ 1,070 bilhão, apresentado pela Odebrecht.
"Estou questionando todo o orçamento. O preço final vou saber no final da história", afirma Rosenberg. "Mas fisicamente no estádio, os maiores impactos são mídia e chefes de Estado, VIPS."
O documento da Fifa para Copa-2014 prevê 270 m2 só de espaço para os VVIP (os VIPs mais importantes), incluindo os chefes de Estado.
Só o aumento de um corredor para eles em 20 metros levou a um crescimento de toda a largura do prédio.
Houve ainda incremento no estacionamento subterrâneo para receber chefes de Estado, que levou a uma ampliação da estrutura do estádio, que tem 37m de altura.
"O trabalho que deu para fazer eles chegarem na garagem", diz o dirigente. "Porque o pé direito da garagem era para carro, no máximo uma van. Aí aumenta 20 centímetros para caber ônibus. Ah, só 20 centímetros. Mas aumenta o prédio todo! O prédio já está maior do que o do Maracanã", afirma.
Também ocorreram mudanças no lado oeste do estádio. Serão instalados camarotes provisórios, em lugar das cadeiras previstas inicialmente. Ali serão postados os VIPs, dos pacotes de luxo.
Como consequência da presença desse tipo de público nesse setor do estádio, o projeto teve de incluir elevadores, mais banheiros e lanchonetes melhores.
Os chefes de Estado serão atendidos por elevadores e escadas rolantes fixos em outro setor -no lado leste.
No caso da imprensa, o aumento de 150 lugares para um número entre 3.000 e 5.000 também pesaram no orçamento. Essa mudança foi feita ainda na fase inicial.
Mas Rosemberg não reclama: afirma que a negociação tem sido flexível e aberta com o COL (Comitê Organizador Local da Copa). E promete cumprir os pedidos da Fifa.
Sua intenção é reduzir os custos ao negociar métodos de construção da Odebrecht. Ele ressalta que o orçamento de R$ 1,07 bilhão foi o primeiro de fato para o estádio. Antes, só havia estimativas.
"Nesse preço não dá, então não vai ficar esse preço", repete Rosenberg. A construtora já mostrou disposição de reduzir o valor, como a Folha publicou ontem.
No momento, o clube tem R$ 640 milhões para investir -empréstimo do BNDES e incentivo fiscal da prefeitura.
Rosemberg ainda conta com investimento público para as arquibancadas móveis, que elevam a capacidade para 68 mil -Rosenberg diz que prefeitura e governo estadual se comprometeram com a Fifa a bancar estruturas provisórias.
Mas o clube ainda vai definir essa questão. Se ainda assim faltar dinheiro, o cartola terá trabalho: "Se passar, vamos ter que ajustar".


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