São Paulo, sexta-feira, 20 de maio de 2011 |
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Grande sertão Apoiados até por banda de forró, times do Nordeste se firmam e são atrações da Série B de 2011
NELSON BARROS NETO DE SÃO PAULO Após contar com locomotivas como Corinthians (2008) e Vasco (2009) e perder mais dois campeões brasileiros -Coritiba e Bahia subiram no ano passado-, a Série B do Nacional começa hoje puxada por um trio da região que mais cresce no país. O Nordeste foi chamado ontem, pela revista semanal inglesa "The Economist", de "a estrela da economia do Brasil". E é de lá que despontam os times Salgueiro-PE, Asa de Arapiraca-AL e Icasa de Juazeiro do Norte-CE. "Todos tivemos os nossos próprios méritos, mas é claro que o crescimento de cada cidade, devido aos recentes avanços sociais, contribuiu bastante", afirma Fabiano Rodrigues, superintendente de futebol do Icasa. O clube cearense e o alagoano já estavam no campeonato desde a última temporada, quando conseguiram escapar do rebaixamento, ocupado por forças bem mais tradicionais como Brasiliense-DF, Santo André-SP, Ipatinga-MG e América-RN. Agora, ainda ganharam a companhia dos pernambucanos, de um município com menos de 60 mil habitantes e a mais de 500 km do Recife. "No futebol, tem que ter competência. Há muita equipe aí com grande torcida precisando se reestruturar", afirma Zé Guilherme, cartola e tesoureiro do Salgueiro. "Não roubamos o lugar de ninguém. Conquistamos a vaga dentro do campo e aproveitando a evolução da região", completa, referindo-se a times como Santa Cruz, Fortaleza, Paysandu, Remo, Juventude e América-RJ. Atualmente, todos eles se encontram em divisões abaixo até da segundona, embora no top-40 no Ranking de Clubes da CBF. Enquanto isso, o Asa é 92º, o Icasa, 106º, e o Salgueiro, 146º. Não bastasse o apoio da prefeitura e o momento nordestino, o terceiro representante de Pernambuco na Série B (ainda há Sport e Náutico, dois dos três grandes do Estado) também possui o amparo de uma das maiores banda de forró da região. Da Limão com Mel, outro expoente da cidade, o Salgueiro recebe R$ 10 mil mensais, além de estrutura, força política e transporte, fato que invariavelmente proporciona episódios engraçados, segundo Zé Guilherme. "Quando o elenco chega aos locais, dentro daquele ônibus preto, já rodado no Brasil inteiro, as meninas vêm, acham que são os músicos, mas se decepcionam porque não é a banda", ri. O dono da "Limão" foi um dos fundadores da equipe. Já a relação do Asa com o poder municipal é mais forte e lhe deu a hegemonia em Alagoas, à frente dos metropolitanos CRB e CSA. Texto Anterior: Corintiano debocha de pretensão do DF Próximo Texto: Equipe mineira muda de nome e viaja 700 km Índice | Comunicar Erros |
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