DO ENVIADO A INDIANÁPOLIS

A estratégia de frear utilizando somente o pé esquerdo já havia sido experimentada por Rubens Barrichello na F-1. E já havia fracassado.
Em 1995, correndo pela Jordan e então fazendo sua terceira temporada na categoria, o piloto brasileiro decidiu seguir a linha da grande maioria de seus concorrentes, um padrão desde os tempos do kart.
Depois de passar pelos campeonatos de base freando com o pé direito, Barrichello tentou se acostumar com o esquerdo. Conseqüência, admite hoje, da pressão que sofria após a morte de Ayrton Senna, em 1994.
"Eu queria buscar resultados e achei que seguindo o estilo dos outros, poderia melhorar. Só depois percebi que aquilo foi um grande um erro", declarou o piloto à Folha, em abril, durante o GP do Bahrein, às vésperas dos dez anos da morte do tricampeão mundial.
Barrichello foi apenas o 11º naquele campeonato. Um ano antes, pela mesma Jordan, foi o sexto e obteve uma pole.
O brasileiro, então, abandonou a idéia e voltou a utilizar o pé direito para frear. Até o início do Mundial deste ano.
Ao sentar pela primeira vez no F2004, sentiu que o carro ficava mais equilibrado quando freava com o pé esquerdo.
"No começo do ano, tive algumas dificuldades nos testes, peguei chuva, não consegui me adaptar completamente ou fazer um acerto bom. Então parti para essa idéia do pé esquerdo", explicou ontem. "Com essa adaptação que fizemos agora, podendo usar os dois pés, me sinto mais confortável. Eu guio da maneira como eu quero. E essa é a grande razão para minha pole", afirmou ele.
O desempenho de Barrichello ontem foi elogiado por Ross Brawn, engenheiro, estrategista e diretor técnico da Ferrari.
"A pole position do Rubens não foi nenhuma surpresa. Ele está andando forte aqui desde o início dos treinos. Ele sofreu um pouco neste início de temporada, mas agora mostrou que está novamente em grande forma", declarou o inglês, que deu o aval para a adaptação no carro do brasileiro. (FSX)


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