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Na reserva, Juninho diz segurar sua insatisfação
Ansioso para jogar, meia puxa coro do banco, mas teme prejudicar a seleção
"Ainda não chega a ser uma decepção", diz ele, que foi destaque em treinos e jogos pré-Mundial, sobre Parreira tê-lo deixado fora até aqui
DOS ENVIADOS A BERGISCH GLADBACH
A fase, apesar da classificação
antecipada para as oitavas-de-final, não é das melhores. E,
quem está escondido, começa a
colocar as mangas para fora.
Alguns reservas da seleção,
candidatos a um posto de titular, gritam, do banco, por uma
chance. Ao menos no jogo de
quinta-feira, contra o Japão, o
último dos brasileiros na primeira fase do Mundial.
Quem puxa a fila é aquele
que, faz tempo, é quem mais se
incomoda com a situação. O
meia Juninho, cotado para ser
titular, é um dos nove que ainda
não jogaram na Copa.
"Ainda não chega a ser uma
decepção. Eu gostaria também
de ter entrado, de ter participado de alguma forma. É lógico
que é difícil para o treinador
definir quem ele tem de colocar. Espero que tenhamos mais
cinco jogos, e até lá a esperança
de entrar continua", afirmou.
Juninho, que na seleção atua
como meia e é volante no clube
francês, diz que prefere atuar
em sua posição original, mas
que se "garante" em qualquer
lugar do meio-campo. "Tenho
de me segurar, de alguma forma, para não atrapalhar o grupo", desabafou o atleta, sobre a
insatisfação com a reserva. Para não perder a cabeça, ele diz
que segue a filosofia européia.
"Eu penso sempre que é titular quem vai jogar no próximo
jogo", falou ele, que fez análise
pouco otimista sobre a seleção.
"É melhor abrir o olho agora e
saber que para ganhar a Copa
haverá muito sofrimento."
Contra o Japão, o técnico
Carlos Alberto Parreira pode
poupar três dos quatro pendurados com um cartão amarelo
-Cafu, Emerson e Robinho. O
outro, Ronaldo, já teve escalação confirmada por Parreira.
A lista dos atletas ameaçados
não favorece Juninho, que é reserva de Kaká. As chances de
Cicinho, porém, são grandes.
"A partir do momento em
que você está aqui, não pode
pensar em só treinar. Tem que
pensar em jogar", disse.
Após duas partidas, Parreira
só usou 3 de seus 12 reservas.
Robinho entrou duas vezes no
lugar de Ronaldo. Emerson
saiu para entrar Gilberto Silva.
"Pode acontecer [de ser titular]. De repente, o Parreira pode poupar os pendurados", disse o volante do Arsenal.
O outro usado por Parreira
foi Fred. Estreante em Copas, o
atacante fez o segundo gol contra a Austrália. "Vim com vontade de trabalhar forte, não importa se for para ficar no banco
ou jogar", falou ele, que não
conseguiu dormir após o jogo.
No Japão, reservas também
aguardam uma oportunidade.
O atacante Yanagisawa deve
perder a posição para Tamada,
que atuou pouco, ou Maki, que
ainda não entrou em campo. Os
japoneses quase não falam em
classificação aos mata-matas e
lamentam erros. "Os jogadores
não conseguem relaxar e marcar", lamentou o técnico Zico.
(EDUARDO ARRUDA, PAULO COBOS, RICARDO PERRONE E SÉRGIO RANGEL)
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