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imortal?
Pelo tri, Grêmio coloca à prova a escola gaúcha
Contra o Boca, que bateu SP, RJ, MG e PR na Libertadores, equipe tenta façanha
Para impor goleada inédita na final e sagrar-se campeão continental, time de Mano Menezes aposta as fichas no
seu retrospecto de viradas
PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL A PORTO ALEGRE
O jeito mineiro, com times
técnicos. A força das multidões
corintianas e flamenguistas.
Surpresas, como Paysandu e
São Caetano. O estilo moleque
do Santos de Robinho e Diego.
A astúcia de Luiz Felipe Scolari
com o seu Palmeiras.
Nada disso resolveu, e o Grêmio tem hoje, às 21h45, a missão de evitar que mais uma fórmula brasileira para bater o Boca Juniors em um mata-mata
de Libertadores fracasse.
Para ganhar por quatro gols
de diferença, ou três (nesse caso com direito a prorrogação) e
depois vencer nos pênaltis, o time de Porto Alegre evoca o estilo gaúcho, que prioriza a raça.
Essa é a única grande escola
do futebol brasileiro que não
foi batida pelo Boca, que busca
seu sexto título continental -o
Grêmio tenta o terceiro.
Foram dez séries eliminatórias entre o time portenho e
equipes brasileiras. Só na primeira delas, em 1963, os argentinos saíram derrotados -pelo
Santos de Pelé. Cinco triunfos
do Boca ocorreram contra paulistas, dois diante de cariocas e
um ante mineiros e paraenses.
O time nunca testou um gaúcho na Libertadores, e os gremistas apostam nisso.
"Não tem que ter só tática.
Tem que ter raça, coração", declarou o meia Tcheco.
"A gente também é bom em
mata-mata", desdenhou Mano
Menezes, o técnico gremista,
que atribuiu aos erros dos bandeirinhas os 3 a 0 sofridos na
última semana na Bombonera.
"Já revertemos outras situações adversas nos últimos meses", disse o atacante Amoroso,
campeão da Libertadores com
o São Paulo, há dois anos.
E o mito de "quem peleia não
está morto" contaminou os torcedores gremistas. Todos os ingressos para a decisão foram
vendidos, isso depois de verdadeiras batalhas nas bilheterias.
Bandeiras estão nas fachadas
dos prédios de Porto Alegre.
Torcedores dizem que o fato de
o gol fora de casa não valer o dobro (para critérios de desempate) na final será decisivo. A
pressão da torcida gremista fez
até o Boca tentar se esconder. A
delegação argentina inicialmente pensava em ficar hospedada em Porto Alegre, mas, temendo fogos e barulhos na
frente do hotel, fez um jogo de
esconde sobre onde iria ficar.
A lembrança recente de resultados épicos, como o acesso
na Série B em 2005 contra o
Náutico na "Batalha dos Aflitos", com sete jogadores em
campo, é outro motivo de esperança para os gremistas.
"A história do clube e sua camisa pesam. Mas é a trajetória
do time nos últimos tempos
que é mais importante. A torcida somente acredita em grupos
que adquirem sua confiança",
afirmou Mano, que faz mistério
sobre a escalação da sua equipe,
mas disse ser de "100% a chance" de escalar um trio de atacantes durante o jogo, com a
entrada de Amoroso ao lado de
Carlos Eduardo e Tuta.
O Boca terá o mesmo time
que começou o jogo da ida.
O retrospecto recente do time argentino contra brasileiros no Brasil torna a missão
gremista mais complicada.
Sem contar o jogo de ida contra o Grêmio na semana passada, o Boca fez desde a temporada 2000 seis duelos contra brasileiros no período em casa,
com aproveitamento de 50%.
Como visitante, em igual números de partidas, a performance sobe para 67%.
A favor dos argentinos também está o fato de nunca na história da Libertadores um time
ter revertido na decisão tamanha desvantagem como a do time gaúcho. "O Grêmio está
acostumado a esse tipo de enfrentamento", declarou Mano,
que falou sobre uma de suas
preocupações para o jogo.
"Temos que ser inteligentes.
Não podemos fazer faltas, para
que eles não parem o jogo", disse o técnico, que, sem citar o
nome de Riquelme, mostrou
temor pelo futebol do meia.
Para Tcheco, é impossível
evitar o risco de sofrer contra-ataques, mas ele lembrou do fato de sua equipe não ter sofrido
gol em casa nesta Libertadores.
NA TV - Grêmio x Boca Juniors
Globo e Sportv, ao vivo, às 21h45
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