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Correr fica mais caro, e pilotos cogitam greve
Manifestação contra aumento na superlicença da F-1 pode ocorrer na Inglaterra
Alonso afirma que adoraria aderir à paralisação se todos a seguissem; Massa não concorda e diz que é preciso agir com profissionalismo
TATIANA CUNHA
ENVIADA ESPECIAL A MAGNY-COURS
Os ingressos já foram totalmente vendidos e os ingleses
aguardam com ansiedade. Mas
o GP da Inglaterra de F-1, em
exatos 16 dias, está ameaçado.
Protagonistas da corrida, os
pilotos cogitam fazer uma greve. O motivo, o aumento no valor da superlicença, permissão
que eles precisam para disputar o Mundial da categoria.
No começo da temporada, a
FIA, entidade que comanda o
automobilismo, anunciou a
mudança nos valores. Até o ano
passado, os pilotos pagavam
1.690, mais 447 por ponto
conquistado no campeonato
anterior. A partir deste ano, o
valor subiu para 10 mil, mais
2.000 por ponto.
Para Kimi Raikkonen, campeão em 2007, por exemplo, a
superlicença saiu 352% mais
cara em relação à tabela antiga.
"Acabei de saber da história
de greve", afirmou Fernando
Alonso, um dos primeiros a tocar no assunto em Magny-Cours, que domingo, às 9h (de
Brasília), recebe o GP da França. Os treinos começam hoje.
"Disseram que vai haver uma
greve na Inglaterra, mas não sei
ao certo o que vai acontecer.
Vamos ver o que será conversado amanhã [hoje] na reunião da
GPDA", falou o espanhol, que
até 2007 era um dos diretores
da associação dos pilotos e que
continua com papel bem ativo.
"Adoraria aderir à greve, mas
se todos participarem. Senão
teríamos de chegar a um acordo", completou Alonso.
Outro membro da GPDA,
Rubens Barrichello afirmou
que já foi convidado por outros
integrantes do comitê para ir a
Mônaco falar com Max Mosley,
presidente da FIA, sobre o assunto, mas não aceitou. A intenção dos pilotos é se reunirem com o dirigente antes da
corrida de Silverstone para tentar resolver o caso.
"Não conversamos direito
sobre greve, mas é fato que os
pilotos estão insatisfeitos com
o aumento no valor, principalmente porque não houve explicação para isso", disse o piloto
da Honda, que, sem pontuar
em 2007, teve de pagar "só"
10 mil, ou cerca de R$ 24.800,
para poder correr. "Mas estamos há mais de dois meses
conversando sobre isso."
Para o polonês Robert Kubica, líder do Mundial, a possibilidade de haver mesmo greve
ainda é pequena, pois seria difícil fazer com que todos os pilotos aderissem. "Nem todos
pensam do mesmo jeito, porque há pilotos experientes que
não têm carros competitivos e
não estão marcando pontos,
então simplesmente não se importam, porque eles não terão
de pagar grande coisa", disse.
"A FIA diz que parte disso vai
para segurança, então é justo
pagar, mas não é certo alguns
pagarem mais e outros menos,
já que estamos todos na mesma
pista guiando carros de F-1."
Campeão mundial e quem
mais desembolsou dinheiro (
230 mil), Kimi Raikkonen também acha difícil conseguir juntar todos os pilotos. "Não acho
que seja o jeito certo. Precisamos achar outra solução", declarou o ferrarista.
Felipe Massa também afirmou concordar com as reivindicações dos colegas, apesar de
ter deixado a GPDA no começo
do ano. Mas é contra paralisação. "Greve não é o jeito certo
de pensar, somos pilotos profissionais e temos compromissos com patrocinadores, equipes e temos de agir com profissionalismo", falou o ferrarista,
que terminou o Mundial de
2007 em quarto, com 94 pontos, e teve de pagar 198 mil à
FIA, cerca de R$ 492.580.
"O que fizeram é a mesma
coisa que você chegar na auto-escola e ter que pagar mais por
sua carteira de motorista porque ganha mais ou tem o carro
mais bonito. Não é justo."
NA TV - Treino livre do GP da França
Sportv, ao vivo, às 9h
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