São Paulo, quinta-feira, 20 de julho de 2000


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CBF se curva à Justiça, mas repete virada de mesa
O Gama e mais 24


Confederação quer Brasileiro com 25 times, entre eles Fluminense e Bahia, mas Clube dos 13 ainda precisa dar aval para campeonato


DA REPORTAGEM LOCAL E

DO PAINEL FC

O Gama joga a primeira divisão, mas Fluminense, Bahia, Juventude e América-MG também.
São esses os principais termos do acordo que a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) e o senador José Roberto Arruda (PSDB-DF) definiram ontem para o Nacional-2000.
Arruda está representando o Gama junto ao presidente da CBF, Ricardo Teixeira, na busca de uma solução para o impasse que ameaça paralisar o futebol brasileiro neste semestre.
Hoje, Teixeira, Fábio Koff, presidente do Clube dos 13, e Arruda vão se reunir para definir os pontos finais do acordo.
Com 25 clubes no Brasileiro-2000, a CBF perde a disputa para o Gama, mas também contempla os interesses do Clube dos 13.
A associação dos 20 maiores times do Brasil traz o Fluminense e o Bahia, dois de seus fundadores, de volta à primeira divisão do Campeonato Nacional.
É a segunda virada de mesa em três anos, já que em 97 o mesmo Fluminense, junto com o Bragantino, foi beneficiado.
Juventude e América-MG, que neste ano disputariam a Série B (segunda divisão), também ganham vaga na elite.
Com isso, a primeira divisão neste ano teria os 24 participantes da Copa João Havelange, competição que havia sido anunciada no final do mês passado pelo Clube dos 13, mais o Gama.
Existe até a possibilidade de a Copa, descartada pelo Clube dos 13 anteontem, ser reabilitada, com 109 clubes.
De qualquer forma, o regulamento do Brasileiro-2000, elaborado em 98, será "rasgado" pelo acordo, já que os critérios de rebaixamento deverão ser modificados para este ano.
Se fosse mantida a regra, quatro integrantes do Clube dos 13 -Botafogo-RJ, Internacional, Sport e Lusa- iniciariam a competição ameaçados pelo rebaixamento, já que os critérios levariam em conta as disputas anteriores, nas quais os clubes foram muito mal.
Três são os entraves para o acerto final. O principal é a suspensão imposta pela Fifa ao Gama. Os demais são a divisão do Clube dos 13 em relação ao tema e o contrato da associação com a Rede Globo.
O deputado federal Eurico Miranda (PPB-RJ), vice-presidente do Vasco e do Clube dos 13, é contra a inclusão do Gama na primeira divisão do Brasileiro. Ele, apesar de enfraquecido, se opõe ao acordo que está sendo negociado.
A posição de Eurico Miranda é apoiada pelo presidente do Palmeiras, Mustafá Contursi. Amanhã, o Clube dos 13 se reúne no Rio para analisar o caso.
A Rede Globo teme que a vitória do Gama, ainda que parcial, motive outros clubes a procurar a Justiça comum nas próximas edições do Campeonato Brasileiro.
O Gama entrou na Justiça comum no final do ano passado para permanecer na primeira divisão, já que havia sido rebaixado no lugar do Botafogo-RJ.
O time carioca havia sido favorecido por uma decisão do TJD (Tribunal de Justiça Desportiva).
O clube tem decisões da 21ª Vara da Justiça Federal do DF obrigando sua inclusão na elite.
O Gama deve aceitar o Brasileiro-2000 com 25 clubes.
Segundo a CBF, a punição da Fifa só pode ser retirada se houver um acordo entre as partes envolvidas na disputa. (JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO, JOSÉ ALBERTO BOMBIG E RICARDO PERRONE)

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