São Paulo, quinta-feira, 20 de julho de 2000


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Investidores querem distância do Clube dos 13

JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
DO PAINEL FC

Os principais investidores do futebol brasileiro ficaram descontentes com o resultado das negociações entre Gama, CBF e Clube dos 13, que pode levar o Brasileiro-2000 a ter 25 participantes.
Alberto Dualib, presidente do Corinthians, lamentou a situação e afirmou que, por orientação do HMTF, fundo norte-americano parceiro do clube paulista, era radicalmente contra a virada de mesa. ""No que depender da gente, o Brasileiro continua com 20 times e o Bahia e o Fluminense permanecem na segunda divisão."
Para o dirigente, a CBF deveria assumir as rédeas do torneio -""a obrigação (de organizar o Brasileiro) é dela"- e não lavar as mãos, como vinha fazendo.
""Não tinha cabimento mesmo fazer a Copa Havelange, realizar 980 jogos sem sentido. Isto tudo só afugenta os investidores. A sorte nossa é que já tínhamos acertado com a Hicks Muse."
Dualib lamentou ainda a postura do Clube dos 13 -""quiseram dar um jeito de colocar Bahia e Fluminense na primeira divisão e não deixar o Botafogo cair e bagunçaram mais do que qualquer coisa"- e disse que a tendência, agora, é de os investidores ficaram longe da associação.
""É o nosso caso. Recusamos renovar contrato com a Globo até 2004 (o do Corinthians vai até 2001) e negociamos os direitos de Internet por conta própria. É por isso que temos hoje o melhor site do país, enquanto os outros clubes ainda estão engatinhando."
Como o Cruzeiro também tem parceria com o HMTF, o time mineiro começa a seguir o exemplo do Corinthians, afastando-se, pouco a pouco, da influência da associação que reúne 20 dos principais times do país.
Com a ISL, gigante do marketing esportivo que tem parceria com o Flamengo e assinou contrato ontem com o Grêmio, a situação não é muito diferente.
O clube carioca, por exemplo, já avisou o Clube dos 13 que sua intenção, agora, é negociar por conta própria -leia-se ISL- direitos de TV, vídeo e outras mídias eletrônicas.
No início do mês, a associação dos maiores times do país levantou a hipótese de vender em conjunto, para um patrocinador comum, espaço no uniforme de todos seus sócios que estivessem sem patrocínio na camisa.
A idéia não foi aceita pela ISL, cuja parceria com o Grêmio, formalizada ontem, durará 15 anos.
Assim como acontece com o Flamengo, a tendência do Grêmio, justamente o clube de origem de Fábio Koff, presidente do Clube dos 13, também é o de iniciar um trabalho mais independente da associação.
Por orientação da ISL, o time gaúcho não venderá com os demais sócios da entidade os direitos de Internet.
O Palmeiras, que negociou parceria com a Globo e conversa com a própria ISL, também tem reclamado da postura do Clube dos 13, especialmente pela virada de mesa a favor de Bahia e Flu.


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