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FUTEBOL
Expulso contra o Paraguai, capitão da seleção abandona o grupo e é criticado por treinador e colegas de equipe
Cafu sai pelos fundos e piora ambiente
SÉRGIO RANGEL
ENVIADO ESPECIAL A FOZ DO IGUAÇU
Capitão da equipe, o lateral-direito Cafu, da Roma, deixou, ontem pela manhã, a seleção brasileira sem se despedir dos companheiros e deu início à primeira
crise da "era Luxemburgo".
Um dos responsáveis pela derrota da equipe nacional para o Paraguai, por 2 a 1, anteontem à noite, em Assunção, pelas eliminatórias da Copa do Mundo de 2002,
Cafu saiu às pressas do hotel em
que a seleção está concentrada em
Foz do Iguaçu (PR) logo no início
da manhã de ontem.
Suspenso do jogo contra a Argentina, na próxima quarta-feira,
em São Paulo, por causa da sua
expulsão em Assunção, o jogador
deixou o hotel pela portas dos
fundos, por volta das 6h, após pedir o seu desligamento da equipe
a Luxemburgo.
A atitude do lateral foi criticada
pelo treinador e pelos jogadores.
""Não gostei da atitude dele. Se
fosse o capitão da equipe, permaneceria no grupo até o jogo contra
a Argentina. Os jogadores também disseram que não fariam o
que ele fez", disse o treinador.
Irritado com a atitude de Cafu,
cuja saída foi tida como fator desestabilizador da equipe em Assunção, Luxemburgo admitiu tirar a faixa de capitão do jogador.
""Nos próximos jogos, a seleção
terá outro capitão, que ainda será
escolhido. Depois, vamos pensar
se ele permanecerá no cargo", disse o técnico da seleção.
Luxemburgo deu a entender
que Cafu não está garantido na
equipe titular após o final da sua
suspensão.
No ano passado, o lateral-esquerdo Leonardo, do Milan, foi
""esquecido" por Luxemburgo
após pedir a sua liberação da
equipe pouco antes do início da
Copa América.
Após o fracasso em Assunção, a
seleção, que ainda não convenceu
na competição, está em crise.
Foi a segunda derrota da equipe
nacional na história das eliminatórias sul-americanas e a quarta
da "era Luxemburgo", iniciada
em agosto de 1998.
Com o resultado, o Brasil caiu
para o quarto lugar e, dependendo dos resultados de ontem à noite, poderia deixar a zona de classificação nas eliminatórias.
Quatro seleções se classificam
para a Copa-2002. A quinta colocada disputará uma vaga na repescagem com um representante
da Oceania.
Após o fracasso em Assunção, o
time comandado por Luxemburgo continua sem convencer nas
eliminatórias sul-americanas.
Embora a campanha não seja
tão ruim, o desempenho da seleção é pífio. A equipe soma apenas
oito pontos após a quinta rodada
-com duas vitórias, dois empates e uma derrota.
Além da campanha irregular do
time, Luxemburgo ainda não
conseguiu definir um grupo para
a disputa da competição.
Segundo o treinador, ele foi informado da decisão de Cafu durante o vôo para Foz do Iguaçu,
logo após o jogo.
""Não tinha como demovê-lo da
decisão. Não vou manter um jogador insatisfeito dentro do grupo", disse Luxemburgo.
O lateral-esquerdo Roberto
Carlos, do Real Madrid, um dos
remanescentes da seleção vice-campeã do mundo em 1998, também criticou a decisão de Cafu.
""Ele preferiu ficar com a família
dele em São Paulo. Mesmo assim,
eu, que sou cabeça dura, preferia
ficar aqui. Gosto de assumir os erros", afirmou Roberto Carlos, um
dos favoritos para assumir o cargo de capitão.
Roberto Carlos declarou que
Cafu deveria falar com os outros
companheiros da seleção antes de
deixar o hotel.
""Espero que ele volte e fique
aqui com a gente".
Ontem à tarde, todos os jogadores foram liberados por Luxemburgo para dar explicações aos
jornalistas sobre o vexame contra
o Paraguai.
Depois do fiasco em Assunção,
a comissão técnica e os jogadores
se reuniram, ontem à tarde, por
cerca de uma hora para conversar
sobre o jogo.
""Depois de uma partida daquela, tive que jogar pesado", contou
o técnico da seleção.
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