São Paulo, quinta-feira, 20 de julho de 2000


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Luxemburgo chega a cogitar saída, mas recua

DO ENVIADO A FOZ DO IGUAÇU

Depois do vexame da seleção brasileira em Assunção, o técnico Wanderley Luxemburgo admitiu, pela primeira vez, deixar o cargo durante as eliminatórias.
""Se nós não reagirmos logo, eu e os jogadores não estamos preparados (para as eliminatórias)", afirmou Luxemburgo na madrugada de ontem, logo após a derrota em Assunção.
Luxemburgo tem contrato para comandar a seleção até o final da Copa do Mundo de 2002, mas titubeou ao ser questionado se deixará o cargo após mais um fracasso da equipe.
""A pergunta deve ser feita ao doutor Ricardo Teixeira (presidente da Confederação Brasileira de Futebol)", disse o treinador.
Teixeira assistiu a partida no estádio Defensores del Chaco. Mesmo assim, o dirigente se recusou a comentar o vexame da seleção brasileira em Assunção.
Após o jogo, Teixeira não viajou no avião fretado pela CBF para os jogadores voltarem até Foz do Iguaçu. Ele preferiu permanecer na capital paraguaia.
Ontem, porém, em nova entrevista coletiva, já em Foz do Iguaçu, Luxemburgo, mais calmo, voltou atrás.
"Não tem nada a ver. Em momento algum pensei em abandonar a seleção", declarou. A mudança de atitude teria sido motivada por uma conversa de Luxemburgo com a cúpula da CBF.
O treinador também disse que a seleção brasileira terá que vencer os argentinos ""ou então poderá se complicar".
Após o fracasso em Assunção, o time comandado por Luxemburgo continua sem convencer nas eliminatórias sul-americanas.
Embora a campanha não seja tão ruim, o desempenho da seleção é pífio. A equipe soma apenas oito pontos após a quinta rodada -com duas vitórias, dois empates e uma derrota.
Além da campanha irregular do time, Luxemburgo ainda não conseguiu definir um grupo para a disputa da competição.
Apesar de preferir não falar sobre o seu futuro, o treinador não acredita que a seleção ficará de fora da Copa do Mundo.
Ontem, Luxemburgo deu uma bronca em todos os jogadores por causa do vexame em Assunção.
""Depois de cinco rodadas, temos que acordar para as eliminatórias. Agora, temos que mudar o comportamento. Cada jogo deverá ser uma decisão", afirmou o treinador. Antes, Luxemburgo sempre tinha uma justificativa para a má atuação da seleção.
""Sei que estamos devendo. A cobrança será para todos", acrescentou o técnico.
Para explicar a má atuação da sua equipe na última partida, Luxemburgo apelou para ""o fator emocional".
""O fator emocional tem que ser pesado. Algo pode estar faltando. Nesta semana, vamos trabalhar muito este lado", declarou Luxemburgo.
Para o jogo contra a Argentina, o técnico disse que os jogadores e a comissão técnica terão que suportar as cobranças. (SR)


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