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ATLETISMO
Especialista norte-americano analisa presença de substância proibida no suplemento alimentar do atleta
Médico dos EUA vai fazer defesa de Sanderlei Parrela
DA REPORTAGEM LOCAL
Caberá ao toxicologista norte-americano David Black as análises que vão determinar se o metabólico norandrosterone, a substância que causou a suspensão de
Sanderlei Parrela por uso de doping, estaria presente em algum
dos suplementos alimentares de
que o meio-fundista faria uso.
Medalha de prata nos 400 m rasos no Mundial de Sevilha-98 e
atual segundo colocado no ranking mundial da prova, Parrela,
25, teve positivo teste realizado no
GP Brasil, em maio, no Rio.
A estratégia da defesa idealizada
pelo treinador Luiz Alberto de
Oliveira baseia-se na ingestão involuntária do metabólico -o
metabólico, apesar de componente da fórmula, não apareceria
discriminado na bula do produto.
""Pedimos para o mesmo médico fazer as análises porque ele é
que esta acompanhando o caso
desde o começo. Foi ele quem
acompanhou a contraprova e demonstrou ter um extremo conhecimento dos procedimentos",
disse Oliveira, por telefone.
De acordo com o técnico de
Parrela, quando informado do resultado do exame, no domingo,
recorreu a amigos para contatar
um especialista. Uma destas pessoas teria lhe indicado Black.
De acordo com Oliveira, o toxicologista participou da defesa de
mais de 60 atletas. Teve como
mais conturbado caso o de Harry
Butch Reynolds. Recordista mundial dos 400 m rasos por 11 anos,
foi suspenso por dois anos, de 90 a
92, por uso de anabolizantes.
Black ajudou a montar o processo
que levou a Federação dos EUA
recuar em sua decisão.
Foram encaminhadas para análises amostras de um complexo de
vitaminas e sais mineiras (dose
diária de quatro cápsulas), outro
complexo com vitamina C e Ferro, mais Creatina. Pela lista do técnico, Parrela também usa um
concentrado de aminoácido e um
de carboidratos -em líquido.
Em 10 dias, as análises estariam
prontas. Mas o treinador afirma
que pretende entrar em contato
com um laboratório brasileiro, de
preferência no Rio, para repetir o
processo. ""Tenho a preocupação
com a sensibilidade. Pode ser que
um tipo de análise detecte a substância e a outra, não", disse.
Já a CBAt (Confederação Brasileira de Atletismo) espera que o
laboratório de Montreal, responsável pelo exame, libere uma cópia com o resultado oficial ao
mesmo tempo em que o envia para a Iaaf (Federação Internacional
de Atletismo). Assim, poderia antecipar a data do julgamento do
atleta. Se absolvido, a CBAt faria
pressão para que o julgamento da
Iaaf também fosse apressado -o
que eventualmente daria a Parrela
condições de estar nos Jogos.
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