São Paulo, quinta-feira, 20 de julho de 2000


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ATLETISMO
Especialista norte-americano analisa presença de substância proibida no suplemento alimentar do atleta
Médico dos EUA vai fazer defesa de Sanderlei Parrela

DA REPORTAGEM LOCAL

Caberá ao toxicologista norte-americano David Black as análises que vão determinar se o metabólico norandrosterone, a substância que causou a suspensão de Sanderlei Parrela por uso de doping, estaria presente em algum dos suplementos alimentares de que o meio-fundista faria uso.
Medalha de prata nos 400 m rasos no Mundial de Sevilha-98 e atual segundo colocado no ranking mundial da prova, Parrela, 25, teve positivo teste realizado no GP Brasil, em maio, no Rio.
A estratégia da defesa idealizada pelo treinador Luiz Alberto de Oliveira baseia-se na ingestão involuntária do metabólico -o metabólico, apesar de componente da fórmula, não apareceria discriminado na bula do produto.
""Pedimos para o mesmo médico fazer as análises porque ele é que esta acompanhando o caso desde o começo. Foi ele quem acompanhou a contraprova e demonstrou ter um extremo conhecimento dos procedimentos", disse Oliveira, por telefone.
De acordo com o técnico de Parrela, quando informado do resultado do exame, no domingo, recorreu a amigos para contatar um especialista. Uma destas pessoas teria lhe indicado Black.
De acordo com Oliveira, o toxicologista participou da defesa de mais de 60 atletas. Teve como mais conturbado caso o de Harry Butch Reynolds. Recordista mundial dos 400 m rasos por 11 anos, foi suspenso por dois anos, de 90 a 92, por uso de anabolizantes. Black ajudou a montar o processo que levou a Federação dos EUA recuar em sua decisão.
Foram encaminhadas para análises amostras de um complexo de vitaminas e sais mineiras (dose diária de quatro cápsulas), outro complexo com vitamina C e Ferro, mais Creatina. Pela lista do técnico, Parrela também usa um concentrado de aminoácido e um de carboidratos -em líquido.
Em 10 dias, as análises estariam prontas. Mas o treinador afirma que pretende entrar em contato com um laboratório brasileiro, de preferência no Rio, para repetir o processo. ""Tenho a preocupação com a sensibilidade. Pode ser que um tipo de análise detecte a substância e a outra, não", disse.
Já a CBAt (Confederação Brasileira de Atletismo) espera que o laboratório de Montreal, responsável pelo exame, libere uma cópia com o resultado oficial ao mesmo tempo em que o envia para a Iaaf (Federação Internacional de Atletismo). Assim, poderia antecipar a data do julgamento do atleta. Se absolvido, a CBAt faria pressão para que o julgamento da Iaaf também fosse apressado -o que eventualmente daria a Parrela condições de estar nos Jogos.


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