São Paulo, sexta-feira, 20 de julho de 2007

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Fator Cuba

Diante de atletas da ilha caribenha, Brasil tem derrotas doídas no vôlei e no judô e acaba ultrapassado pelo Canadá

Rubens Cavallari/Folha Imagem
Desoladas e com a prata, brasileiras do vôlei se rendem à festa cubana

DOS ENVIADOS AO RIO

Ontem, o vôlei e o judô. Antes, já havia ocorrido no taekwondo. Mesmo nos esportes em que sonhava alto no Pan do Rio, o Brasil encontrou Cuba no caminho. E o projeto de terminar em terceiro no quadro de medalhas fica mais difícil.
Com uma solitária medalha de ouro na quinta-feira -mais uma vez de Thiago Pereira na natação (200 m costas)-, o Brasil caiu para o quarto lugar.
O país conta com 11 ouros, dois a menos do que o Canadá. Os EUA estão disparados na frente (38 ouros). Cuba tem 20.
Os cubanos tiveram fator preponderante nessa queda.
O baque maior aconteceu no Maracanãzinho, na eletrizante final feminina do vôlei. Mesmo sem a fama de outros tempos, as cubanas viraram o placar para ganhar por 3 sets a 2.
No judô não foi diferente. Na final da categoria acima dos 100 kg, Oscar Brayson bateu no Riocentro João Gabriel Schlitter em um combate que, a exemplo do que ocorreu no Maracanãzinho, contou com queixa nacional contra a arbitragem, algo que foi a tônica do taekwondo. Entre as mulheres, Ivis Dueñas foi a algoz de Priscila Marques na primeira luta, o que tirou as chances de a brasileira lutar pelo ouro.
Depois de seis dias de pódios, Cuba, turbinada pelo dinheiro do venezuelano Hugo Chávez -foram quase US$ 40 milhões em 2006 em troca de ajuda técnica-, segue com a diversidade de vitórias que o Brasil, mesmo com a delegação mais inchada do Pan (quase 700 atletas), desejava e que até agora não teve.
Os caribenhos, com menos de 500 competidores, ganharam o ouro em oito modalidades diferentes, assim como o Canadá. O Brasil sente a dependência dos tradicionais puxadores de pódios -seis ouros da natação, quatro da ginástica. Além desses, só o taekwondo, com Diogo Silva, que não encarou cubanos, sentiu o gosto.
O projeto do Comitê Olímpico Brasileiro de impulsionar esportes que dão muitas medalhas já fez água em vários deles.
As provas de remo acabaram com queda de rendimento em relação a Santo Domingo-2003. Foram três pódios, nenhum deles no topo. O Canadá faturou sete premiações na modalidade (três ouros).
Nunca o Brasil montou uma equipe tão grande no levantamento de peso. Tudo isso para ganhar um bronze. A Colômbia teve nove pódios (cinco ouros).
No ciclismo de pista, os brasileiros quase sempre estão entre os últimos colocados nas competições. Os chilenos já faturaram o ouro duas vezes.
Para retomar o terceiro posto, o Brasil conta hoje com as disputas em que Cuba é frágil. A natação tem a missão de não deixar o Canadá se distanciar.
O Pan carioca já distribuiu cerca de um terço de suas medalhas. O Brasil ainda tem muitos pontos fortes, como o atletismo e as modalidades coletivas em que possui amplo favoritismo, como o handebol (feminino) e o vôlei (masculino).
O Canadá também tem trunfos, como a canoagem, o nado sincronizado, os saltos ornamentais e o tiro com arco.


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