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Fator Cuba
Diante de atletas da ilha caribenha, Brasil tem derrotas doídas no vôlei e no judô e acaba ultrapassado pelo Canadá
Rubens Cavallari/Folha Imagem
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Desoladas e com a prata, brasileiras do vôlei se rendem à festa cubana
DOS ENVIADOS AO RIO
Ontem, o vôlei e o judô. Antes, já havia ocorrido no taekwondo. Mesmo nos esportes
em que sonhava alto no Pan do
Rio, o Brasil encontrou Cuba
no caminho. E o projeto de terminar em terceiro no quadro
de medalhas fica mais difícil.
Com uma solitária medalha
de ouro na quinta-feira -mais
uma vez de Thiago Pereira na
natação (200 m costas)-, o
Brasil caiu para o quarto lugar.
O país conta com 11 ouros,
dois a menos do que o Canadá.
Os EUA estão disparados na
frente (38 ouros). Cuba tem 20.
Os cubanos tiveram fator
preponderante nessa queda.
O baque maior aconteceu no
Maracanãzinho, na eletrizante
final feminina do vôlei. Mesmo
sem a fama de outros tempos,
as cubanas viraram o placar para ganhar por 3 sets a 2.
No judô não foi diferente. Na
final da categoria acima dos 100
kg, Oscar Brayson bateu no
Riocentro João Gabriel Schlitter em um combate que, a
exemplo do que ocorreu no
Maracanãzinho, contou com
queixa nacional contra a arbitragem, algo que foi a tônica do
taekwondo. Entre as mulheres,
Ivis Dueñas foi a algoz de Priscila Marques na primeira luta,
o que tirou as chances de a brasileira lutar pelo ouro.
Depois de seis dias de pódios,
Cuba, turbinada pelo dinheiro
do venezuelano Hugo Chávez
-foram quase US$ 40 milhões
em 2006 em troca de ajuda técnica-, segue com a diversidade
de vitórias que o Brasil, mesmo
com a delegação mais inchada
do Pan (quase 700 atletas), desejava e que até agora não teve.
Os caribenhos, com menos
de 500 competidores, ganharam o ouro em oito modalidades diferentes, assim como o
Canadá. O Brasil sente a dependência dos tradicionais puxadores de pódios -seis ouros da
natação, quatro da ginástica.
Além desses, só o taekwondo,
com Diogo Silva, que não encarou cubanos, sentiu o gosto.
O projeto do Comitê Olímpico Brasileiro de impulsionar
esportes que dão muitas medalhas já fez água em vários deles.
As provas de remo acabaram
com queda de rendimento em
relação a Santo Domingo-2003. Foram três pódios, nenhum deles no topo. O Canadá
faturou sete premiações na
modalidade (três ouros).
Nunca o Brasil montou uma
equipe tão grande no levantamento de peso. Tudo isso para
ganhar um bronze. A Colômbia
teve nove pódios (cinco ouros).
No ciclismo de pista, os brasileiros quase sempre estão entre
os últimos colocados nas competições. Os chilenos já faturaram o ouro duas vezes.
Para retomar o terceiro posto, o Brasil conta hoje com as
disputas em que Cuba é frágil. A
natação tem a missão de não
deixar o Canadá se distanciar.
O Pan carioca já distribuiu
cerca de um terço de suas medalhas. O Brasil ainda tem muitos pontos fortes, como o atletismo e as modalidades coletivas em que possui amplo favoritismo, como o handebol (feminino) e o vôlei (masculino).
O Canadá também tem trunfos, como a canoagem, o nado
sincronizado, os saltos ornamentais e o tiro com arco.
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