Nova estrela da piscina diz que receita é "saber a hora de fazer cada coisa'

Feliz com seu desempenho até agora no Pan, atleta, que nada hoje os 200 m medley, vive expectativa de mais cinco medalhas douradas

FABIO GRIJÓ
DA SUCURSAL DO RIO

PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL AO RIO

Ganhar medalha de ouro no Pan começou a virar rotina para Thiago Pereira, 21. Mas o nadador foge de outra rotina típica dos medalhistas nacionais.
No pódio, que teve mais um brasileiro, Lucas Salatta, com o bronze, Thiago não soltou uma lágrima. Ele também não reclama da vida dura. "Não faço sacrifício na minha vida pessoal pelo esporte. É só saber a hora de fazer cada coisa."
Nos 200 m costas, o brasileiro, com um novo recorde pan-americano (1min58s42), foi ao lugar mais alto do pódio pela terceira vez em três provas -ele ainda pode faturar cinco medalhas no Parque Aquático Maria Lenk (hoje nada a final dos 200 m medley). "Não poderia ser melhor", celebrou ele.
A maratona por que passa nas piscinas -a medalha de ontem foi ganha cerca de 30 minutos depois de ele nadar as semifinais dos 200 m medley- também não é motivo para drama. Thiago admite o desgaste, mas isso não o assusta.
"Já estou acostumado. Participei de uma competição na Europa em que disputei 17 provas em menos de uma semana. Sabia que aqui seria assim. Então vim preparado", comentou o nadador, referindo-se a uma competição realizada no circuito europeu, na Espanha.
Na Vila Pan-Americana, Thiago dribla o cansaço. "Depois das competições da manhã, almoço logo, faço uma massagem e durmo até a hora das competições da noite. E boate nem pensar", disse o nadador, que deixa com a mãe as medalhas que ganha. "Ela que guarda tudo para mim."
Só no domingo, depois de tentar seu último pódio no Pan, Thiago promete relaxar.
Nesse dia, ele disputa a final da prova que considera a mais complicada -os 100 m costas. O nadador já se diz satisfeito com os três ouros que ganhou, mas segue com o discurso de que, uma vez na final, existem chances de ir ao pódio nas provas que ainda vai disputar.
Quanto ao futuro, Thiago é mais otimista do que o técnico Fernando Vanzella. "Ainda sou muito jovem para saber os meus limites", afirmou ele.
"Na Olimpíada, o buraco é mais embaixo. Se ele ganhar uma medalha em Pequim, está bom", disse o treinador, que aponta como normal o resultado dos testes que medem a estafa realizados pelo atleta.
Segundo Vanzella, que aponta Michael Phelps (EUA) como modelo de nadador que tem boa performance mesmo disputando muitas provas, seu pupilo está com a "cabeça boa" e isso faz com que ele lide bem com a pressão e com o cansaço.


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