São Paulo, sexta-feira, 20 de julho de 2007

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JUDÔ

Após 1º dia, time da casa acirra duelo com Cuba

Brasileiro perde ouro em luta sem pontuação e decidida "na bandeira'

Treinador de João Gabriel reclama da decisão final, alegando que um árbitro é nascido no país caribenho e naturalizado americano

LUÍS FERRARI
ENVIADO ESPECIAL AO RIO

A disputa entre Brasil e Cuba no Pan do Rio começou com vantagem dos estrangeiros. Ontem, eles iniciaram e fecharam a programação com vitórias sobre os brasileiros do peso-pesado, que medalharam. João Gabriel Schlitter foi prata, e Priscila Marques, bronze.
A rivalidade foi apimentada pelo desfecho da final masculina. Sem pontuação após dez minutos, o combate acabou na bandeira -dois juízes deram a vitória ao cubano Oscar Brayson, um ao brasileiro.
"Houve má-fé na escalação de um dos árbitros laterais [Hector Estevez], que é nascido em Cuba, mas, como tem passaporte americano, é considerado representante dos EUA", disse o coordenador técnico da seleção, Ney Wilson.
Brayson também tinha suas queixas. "Marquei dois pontos durante a luta e não deram", respondeu o cubano, sobre o que pensava ter sido decisivo na escolha dos juízes.
Seu técnico, Justo Barreto, avaliou que o pupilo deveria ter tido um yuko a favor no golden score, a "prorrogação" do judô, o que decidiria a luta. Até no estafe brasileiro havia quem, reservadamente, concordava.
Reclamações à parte, Wilson disse que o brasileiro pecou na decisão, ao não executar a estratégia que haviam traçado.
"João tem mais condição física. Podia ter imprimido um ritmo mais forte. Meia hora antes, vimos o teipe da última luta entre eles. O que traçamos lá não foi feito", falou o dirigente.
"Pus o ritmo mais forte que tinha no momento. O Brayson estava muito bem treinado, conseguiu acompanhar e até segurar meu ímpeto no final", explicou o carioca, que ontem competiu com 108 kg, contra 132 kg do algoz caribenho.
A última luta era a chance de "vingar" a derrota no primeiro confronto de ontem, em que a cubana Ivis Dueñas bateu Priscila Marques.
"Esta, com certeza foi muito mais difícil, pela incessante briga comigo mesma", falou a judoca, que passou por uma cirurgia no joelho e encarou até depressão no pós-operatório, comparando o bronze de ontem ao Pan de 1999.


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