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JUDÔ
Após 1º dia, time da casa acirra duelo com Cuba
Brasileiro perde ouro em luta sem
pontuação e decidida "na bandeira'
Treinador de João Gabriel
reclama da decisão final,
alegando que um árbitro é
nascido no país caribenho e
naturalizado americano
LUÍS FERRARI
ENVIADO ESPECIAL AO RIO
A disputa entre Brasil e Cuba
no Pan do Rio começou com
vantagem dos estrangeiros.
Ontem, eles iniciaram e fecharam a programação com vitórias sobre os brasileiros do peso-pesado, que medalharam.
João Gabriel Schlitter foi prata,
e Priscila Marques, bronze.
A rivalidade foi apimentada
pelo desfecho da final masculina. Sem pontuação após dez
minutos, o combate acabou na
bandeira -dois juízes deram a
vitória ao cubano Oscar Brayson, um ao brasileiro.
"Houve má-fé na escalação
de um dos árbitros laterais
[Hector Estevez], que é nascido
em Cuba, mas, como tem passaporte americano, é considerado representante dos EUA",
disse o coordenador técnico da
seleção, Ney Wilson.
Brayson também tinha suas
queixas. "Marquei dois pontos
durante a luta e não deram",
respondeu o cubano, sobre o
que pensava ter sido decisivo
na escolha dos juízes.
Seu técnico, Justo Barreto,
avaliou que o pupilo deveria ter
tido um yuko a favor no golden
score, a "prorrogação" do judô,
o que decidiria a luta. Até no estafe brasileiro havia quem, reservadamente, concordava.
Reclamações à parte, Wilson
disse que o brasileiro pecou na
decisão, ao não executar a estratégia que haviam traçado.
"João tem mais condição física. Podia ter imprimido um ritmo mais forte. Meia hora antes,
vimos o teipe da última luta entre eles. O que traçamos lá não
foi feito", falou o dirigente.
"Pus o ritmo mais forte que
tinha no momento. O Brayson
estava muito bem treinado,
conseguiu acompanhar e até
segurar meu ímpeto no final",
explicou o carioca, que ontem
competiu com 108 kg, contra
132 kg do algoz caribenho.
A última luta era a chance de
"vingar" a derrota no primeiro
confronto de ontem, em que a
cubana Ivis Dueñas bateu Priscila Marques.
"Esta, com certeza foi muito
mais difícil, pela incessante briga comigo mesma", falou a judoca, que passou por uma cirurgia no joelho e encarou até
depressão no pós-operatório,
comparando o bronze de ontem ao Pan de 1999.
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