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FOCO
Atletas islâmicos treinam em jejum, por causa do Ramadã
DA ENVIADA A CINGAPURA
Às 4h, o refeitório da Vila
Olímpica dos Jogos da Juventude já está repleto de atletas.
Jovens muçulmanos do
mundo inteiro se reúnem para fazer um refeição reforçada antes do nascer do sol. O
esforço é para cumprir as
orientações de sua religião.
A Olimpíada teen coincide
com o período do Ramadã, o
mês sagrado islâmico durante o qual não se pode beber
-inclusive água- ou comer
nada durante o dia.
Uma considerável parte
dos atletas que estão nos Jogos é adepta do islamismo.
Alguns esportistas, cujas
competições ainda não começaram, seguem à risca o
jejum e treinam com a barriga vazia e sem tomar água,
apesar do calor de cerca de
35C que faz em Cingapura.
Antes do amanhecer, eles
se alimentam sobretudo de
alimentos ricos em carboidratos, como pão, macarrão
e arroz. O objetivo é manter a
energia durante os treinos.
Outros, como a velejadora
da Malásia, Khairunneta
Afendy, 15, tiveram que fazer
pequenas adaptações.
Nos primeiros treinos em
Cingapura, que coincidiram
com o início do Ramadã,
Khairunneta seguiu à risca o
jejum. "Foi um pouco difícil
nos primeiros dias, mas não
acho que isso tenha mudado
nossa performance", disse.
Mas, desde que as competições de vela começaram,
ela tem feito um pequeno
lanche antes das provas e
não tem se privado de água.
Mesmo assim, admite que
tenta manter o jejum o maior
tempo possível. "Isso é muito
importante para nós [muçulmanos], faz parte do que nós
somos", diz a velejadora.
Seu técnico Nor Hishan
Mat Nor, estimula os atletas
malaios a seguirem os preceitos religiosos. "Estou muito
satisfeito com o jejum, é a
nossa religião, então não é
um problema", afirmou.
Para amenizar problemas
que possam afetar os atletas
em jejum, o comitê organizador permite a abertura do refeitório antes do amanhecer
e oferece alimentos Halal,
preparados de acordo com as
restrições islâmicas.
A entidade providencia
lanches para aqueles que
precisarem quebrar o jejum
durante as competições.
Há também na Vila salas
específicas para orações.
O presidente do Comitê
Olímpico Internacional, Jacques Rogge, negou que tenha havido desrespeito por
parte da entidade por marcar
os Jogos da Juventude em data coincidente ao Ramadã.
"Estamos limitados pelo
calendário internacional.
Não é possível parar as competições em todos os períodos ou dias religiosos", disse
ele à agência Reuters.
(MB)
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