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promessaRecordista mundial, Cielo fracassa nos 100 m livre e diz que isso não se repetirá
MARIANA LAJOLO
ENVIADA ESPECIAL A IRVINE (EUA)
Cesar Cielo olhou para o
placar e prometeu que nunca
mais passaria por aquilo novamente. Seu nome estava
na terceira colocação.
Um bronze no Pan Pacífico
de natação, em Irvine (Califórnia), com gosto mais do
que amargo para o brasileiro,
campeão mundial e recordista dos 100 m livre, a prova
mais nobre da natação.
"Ficar no andar mais baixo
do pódio não é fácil, não.
Quando você ganha, acaba
esquecendo de seus erros. Eu
estava no pódio, vi a bandeira ali do lado... Não quero outra coisa que não seja ver a
bandeira brasileira no meio",
declarou Cielo ontem, com
os olhos marejados.
"Prometi que muita coisa
boa vai sair dessa prova de
hoje [ontem]. Essa situação
não é o que quero para mim."
Desde o bronze na mesma
prova nos Jogos de Pequim,
em 2008, Cielo não perdia o
ouro em um evento de primeira linha da natação.
O atleta paulista foi o mais
rápido ontem nos primeiros
50 metros, mas deixou o ritmo cair no final e acabou superado pelo norte-americano
Nathan Adrian (48s15), ouro,
e pelo canadense Brent Hayden (48s19), prata. Cielo nadou os 100 m em 48s48.
"Sinceramente, não fugiu
do esperado. Não venho me
sentindo bem faz um tempo
nos 100 m. Faltou um pouco
de treino aeróbico. Voltei
tanto esta temporada para os
50 m que esperava que os 100
m sairiam naturalmente."
Nas eliminatórias, Cielo
marcou o 11º tempo. E deixou
a piscina crente de que estaria fora da final. Só obteve a
vaga graças a uma regra do
Pan Pacífico que permite
apenas dois nadadores por
país na disputa pelo ouro.
Três norte-americanos e
quatro australianos já haviam conquistado marcas
mais rápidas do que a dele.
"Ele não tinha a mesma
pressão que australianos e
norte-americanos para conseguir a vaga pela manhã.
Estava muito relaxado. Não
estava preparado mentalmente e fisicamente", disse
Brett Hawke, que orienta Cielo, 23, em Auburn (EUA).
Cielo acredita que nem deveria ter chegado à decisão.
"Meio que me deram a final de presente. Na verdade,
eu nem merecia estar nela.
Me deram uma segunda
chance. Mas tem mais dois
anos para a Olimpíada, tem
Mundial no ano que vem, isso nunca mais vai acontecer
nas minhas provas."
Anteontem, o brasileiro
havia obtido a medalha de
ouro nos 50 m borboleta, prova que não é disputada em
Olimpíadas e não é sua especialidade, com o melhor tempo da temporada: 23s03.
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