São Paulo, sábado, 20 de agosto de 2011

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Greve adia início do campeonato

ESPANHOL
Atletas da primeira e segunda divisões pedem garantias financeiras para jogar


Jon Nazca/Reuters
Jovens passam diante do estádio do Málaga, um dos clubes da
primeira divisão do futebol espanhol


DE SÃO PAULO

A primeira rodada do Espanhol, que deveria ser realizada a partir de hoje, foi adiada após reunião entre a LFP (Liga de Futebol Profissional), que organiza o campeonato, e a AFE (Associação dos Jogadores de Futebol da Espanha), ontem.
Os atletas decretaram greve por falta de garantia de pagamento dos salários, além de outras exigências. A paralisação atinge também a segunda divisão do torneio.
Embora Real Madrid e Barcelona sejam dois dos clubes mais ricos do planeta, seus rivais na Espanha não gozam da mesma saúde financeira.
A AFE avalia que cerca de 200 jogadores sofrem atualmente com a falta de pagamento de salários. A associação estima que o prejuízo chegue perto dos € 50 milhões (aproximadamente R$ 115 milhões). A entidade pede, também, que seja criado um fundo de resgate, para que se possa evitar a inadimplência dos clubes.
A LFP já aprovou, no início do mês, que seja feito até 2015 um fundo para cobrir as dívidas das equipes, com o limite de € 10 milhões (R$ 22 milhões). Os jogadores consideram o montante insuficiente.
"Colocamos na mesa hoje [ontem] nossas posições, que ainda estão muito distantes. Mas estamos nos concentrando para salvar pelo menos a segunda rodada", declarou José Luis Astiazarán, da LFP.
"Está claro que nesta primeira rodada ninguém vai jogar. Agora, temos que encontrar uma maneira de sair dessa situação incômoda", disse Luis Gil, gerente da AFE.
As duas partes voltam a se reunir hoje e depois de amanhã. Não há, no entanto, sinalização para que os jogos da rodada inaugural sejam realizados em uma outra data.
Questionado sobre a possibilidade de o campeonato ter apenas 37 rodadas, e não as tradicionais 38, Astiazarán preferiu se esquivar.
"A prioridade agora é ajustar a diferença entre a liga e os atletas", desconversou.
"Respeitamos a decisão dos jogadores de entrarem em greve, é um direito constitucional, mas chegamos ao nosso limite. Já demos tudo o que podíamos", emendou o presidente da LFP.
Os atletas mostram pouca disposição para recuar.
"Se necessário, não haverá futebol na Espanha na temporada. Se tivermos que ficar em greve até maio, ficaremos", disse o atacante Tote, do Hércules, recém-rebaixado para a segunda divisão.
A última greve no Campeonato Espanhol ocorreu em 1984. Para minar o movimento, os clubes do país colocaram em campo seus atletas das categorias de base.

Com as agências internacionais



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