São Paulo, segunda-feira, 20 de setembro de 2004

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VÔLEI

As feras na Itália

CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA

Quem gosta de vôlei e acompanhou as grandes atuações do Brasil nos Jogos de Atenas, vai ter que ficar de olho na Itália. A partir de domingo, oito dos 12 jogadores que conquistaram o ouro olímpico vão estar atuando no Campeonato Italiano. Tristes trópicos os nossos que ficam sem os seus craques.
Ok, a experiência desses atletas, participando do principal campeonato do mundo, é positiva para a seleção. Eles vão atuar em um torneio que reúne as grandes feras do vôlei. O problema é que a Superliga fica esvaziada. Somos hoje um país com uma seleção forte e um campeonato de clubes cada vez mais fraco.
Dos campeões em Atenas, só restaram quatro no Brasil. Nalbert, que já anunciou sua despedida da seleção, vai defender o Banespa na sua última temporada na quadra. Depois vai para a praia. Giovane, que também deixou a seleção, está na Unisul. O Suzano ficou com André Nascimento e Rodrigão.
Na Itália, os favoritos ao título têm brasileiros: Macerata, Modena, Piacenza, Treviso e Trentino. O Macerata, do levantador Maurício, tem um esquadrão de notáveis. É quase uma seleção mundial com os sérvios Ivan Miljkovic e Geric; os italianos Mastrangelo, Corsano e Bernardi; e o cubano canhoto Angel Dennis.
O Piacenza, do líbero Escadinha e do oposto Ânderson, também é poderoso. Para começar, tem o sérvio Nikola Grbic, levantador, campeão olímpico em 2000. Conta com os italianos Zlatanov, Bovolenta e o cubano Leonel Marshall, que como Ânderson, tem um ataque da pesada.
Já o Modena tem Dante e Ricardinho. E você sabe: se o levantador, na sua primeira temporada fora do país, continuar tão inspirado como na seleção, o título tem tudo para ficar em Modena. Ele é hoje o melhor na posição e tem sido um dos grandes diferenciais no time brasileiro.
Além de talento, Ricardinho também tem sorte. No Brasil, é comandado por um grande técnico: Bernardinho. Na Itália, terá o privilégio de trabalhar com outra fera: Júlio Velasco, o comandante que construiu o império italiano no vôlei masculino nos anos 90.
Vale lembrar também a evolução de Dante. No último Campeonato Italiano, ele teve atuações um tanto tímidas no Modena. Neste ano, ele foi o jogador que mostrou a maior evolução na seleção: deixou a insegurança de lado e substituiu, com competência, Nalbert. Agora, ele deve fazer bonito também na Itália.
Outros destaques do Modena são o oposto holandês Richard Schuil e os italianos Cernic, Giani e Pippi. Já o Trentino, de André Heller e do italiano Sartoretti, conquistou o primeiro título da temporada. Ontem, na final de um torneio preparatório para o Campeonato Italiano, venceu o Treviso, do brasileiro Gustavo.
O Sisley, atual campeão, tem o trio de italianos: Vermiglio, Papi e Cisolla. Vale citar o Cuneo, do atacante Giba, que pode se tornar uma das surpresas da temporada. Mas se fosse para apostar as minhas fichas, jogaria em um trio: Modena, Macerata ou Piacenza devem ficar com o título.

Os brasileiros
Além dos oito campeões olímpicos em Atenas, o Italiano terá mais quatro brasileiros. O central Henrique, ex-Minas e o último cortado antes dos Jogos, atuará no Latina. O central Renato Felizardo, no Valentia. O ponteiro Felipe Chupita, ex-Banespa, jogará no Modena. Toaldo, meio da seleção nos anos 90, está no Gioia del Colle.

Italiano
A primeira rodada será no domingo. O Treviso, de Gustavo, enfrenta o Verona. O Trentino, de Heller, pega o Perugia. O Macerata, de Maurício, joga com o Valentia, de Felizardo. O Modena, de Ricardinho e Dante, tem pela frente o Latina, de Henrique. O Cuneo, de Giba, enfrenta o Taranto; o Piacenza, de Escadinha e Ânderson, joga com o Montichiari; e o Gioia del Colle, de Toaldo, pega o Padova.

E-mail cidasan@uol.com.br


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