|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
VÔLEI
As feras na Itália
CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA
Quem gosta de vôlei e acompanhou as grandes atuações
do Brasil nos Jogos de Atenas, vai
ter que ficar de olho na Itália. A
partir de domingo, oito dos 12 jogadores que conquistaram o ouro
olímpico vão estar atuando no
Campeonato Italiano. Tristes trópicos os nossos que ficam sem os
seus craques.
Ok, a experiência desses atletas,
participando do principal campeonato do mundo, é positiva para a seleção. Eles vão atuar em
um torneio que reúne as grandes
feras do vôlei. O problema é que a
Superliga fica esvaziada. Somos
hoje um país com uma seleção
forte e um campeonato de clubes
cada vez mais fraco.
Dos campeões em Atenas, só
restaram quatro no Brasil. Nalbert, que já anunciou sua despedida da seleção, vai defender o
Banespa na sua última temporada na quadra. Depois vai para a
praia. Giovane, que também deixou a seleção, está na Unisul. O
Suzano ficou com André Nascimento e Rodrigão.
Na Itália, os favoritos ao título
têm brasileiros: Macerata, Modena, Piacenza, Treviso e Trentino.
O Macerata, do levantador Maurício, tem um esquadrão de notáveis. É quase uma seleção mundial com os sérvios Ivan Miljkovic
e Geric; os italianos Mastrangelo,
Corsano e Bernardi; e o cubano
canhoto Angel Dennis.
O Piacenza, do líbero Escadinha e do oposto Ânderson, também é poderoso. Para começar,
tem o sérvio Nikola Grbic, levantador, campeão olímpico em
2000. Conta com os italianos Zlatanov, Bovolenta e o cubano Leonel Marshall, que como Ânderson, tem um ataque da pesada.
Já o Modena tem Dante e Ricardinho. E você sabe: se o levantador, na sua primeira temporada
fora do país, continuar tão inspirado como na seleção, o título tem
tudo para ficar em Modena. Ele é
hoje o melhor na posição e tem sido um dos grandes diferenciais
no time brasileiro.
Além de talento, Ricardinho
também tem sorte. No Brasil, é
comandado por um grande técnico: Bernardinho. Na Itália, terá o
privilégio de trabalhar com outra
fera: Júlio Velasco, o comandante
que construiu o império italiano
no vôlei masculino nos anos 90.
Vale lembrar também a evolução de Dante. No último Campeonato Italiano, ele teve atuações um tanto tímidas no Modena. Neste ano, ele foi o jogador
que mostrou a maior evolução na
seleção: deixou a insegurança de
lado e substituiu, com competência, Nalbert. Agora, ele deve fazer
bonito também na Itália.
Outros destaques do Modena
são o oposto holandês Richard
Schuil e os italianos Cernic, Giani
e Pippi. Já o Trentino, de André
Heller e do italiano Sartoretti,
conquistou o primeiro título da
temporada. Ontem, na final de
um torneio preparatório para o
Campeonato Italiano, venceu o
Treviso, do brasileiro Gustavo.
O Sisley, atual campeão, tem o
trio de italianos: Vermiglio, Papi
e Cisolla. Vale citar o Cuneo, do
atacante Giba, que pode se tornar
uma das surpresas da temporada.
Mas se fosse para apostar as minhas fichas, jogaria em um trio:
Modena, Macerata ou Piacenza
devem ficar com o título.
Os brasileiros
Além dos oito campeões olímpicos em Atenas, o Italiano terá mais
quatro brasileiros. O central Henrique, ex-Minas e o último cortado
antes dos Jogos, atuará no Latina. O central Renato Felizardo, no Valentia. O ponteiro Felipe Chupita, ex-Banespa, jogará no Modena.
Toaldo, meio da seleção nos anos 90, está no Gioia del Colle.
Italiano
A primeira rodada será no domingo. O Treviso, de Gustavo, enfrenta
o Verona. O Trentino, de Heller, pega o Perugia. O Macerata, de
Maurício, joga com o Valentia, de Felizardo. O Modena, de Ricardinho e Dante, tem pela frente o Latina, de Henrique. O Cuneo, de Giba, enfrenta o Taranto; o Piacenza, de Escadinha e Ânderson, joga
com o Montichiari; e o Gioia del Colle, de Toaldo, pega o Padova.
E-mail cidasan@uol.com.br
Texto Anterior: Boxe: Golpe certeiro faz de Hopkins o primeiro dono de quatro cinturões Próximo Texto: Panorâmica - Automobilismo: Montadoras fazem proposta para a FIA Índice
|