São Paulo, segunda-feira, 20 de setembro de 2004

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BOXE

Pugilista bate De la Hoya e unifica títulos dos médios

Golpe certeiro faz de Hopkins o primeiro dono de quatro cinturões

DA REPORTAGEM LOCAL

Bernard Hopkins cadenciou a luta até o final. Queria surpreender o adversário mais cedo, mas encontrou resistência em Oscar De la Hoya. Precisou esperar até o nono assalto. Mas quando teve a chance, foi fulminante.
Com um soco no fígado a 1 minuto e 38 segundos de combate, o norte-americano levou De la Hoya à lona e entrou para a história.
Aos 39 anos, tornou-se o primeiro pugilista a unificar os cinturões das quatro mais importantes entidades que comandam o boxe profissional -CMB (conselho mundial), FIB (federação internacional), AMB (associação mundial) e OMB (organização), último que faltava em sua galeria.
De la Hoya nunca havia sido nocauteado em 12 anos de carreira. Sua queda ontem engrossou a coleção de vitórias de Hopkins em lutas que valem cinturões. Até hoje ele defendeu 18 vezes seus títulos dos médios e venceu todas.
"Eu o acertei com um jab, me inclinei para a esquerda e acertei o fígado dele. Aí só o ouvi dizer "ah"," contou ele, que vibrou muito ao ver o juiz encerrar o combate após a contagem. O pugilista apelidou seu golpe de "fígado picado com molho Hopkins".
"Ele me acertou em cheio. Eu não conseguia respirar. Acredite, tentei levantar", disse De la Hoya.
O ex-campeão encerrou com o nocaute uma semana atípica.
Acostumado com o status de favorito nas bolsas de apostas, o pugilista de 31 anos era apontado como azarão em 2 por 1, fato que nunca havia acontecido.
Hopkins impressionava a todos pelo currículo: bateu todos os médios de qualidade da atualidade, incluindo Félix ""Tito" Trinidad e é apontado como o melhor lutador de sua categoria em atividade.
A três dias da luta, De la Hoya também teve sua mão cortada acidentalmente por seu treinador. Levou 11 pontos e ainda teve de lidar com o fantasma do doping.
O pugilista usou uma substância que aparece na lista de dopantes. A Comissão Atlética de Nevada, porém, o liberou para lutar. A entidade avaliou que a substância já não teria mais efeito no organismo quando subisse no ringue.
"É difícil decidir agora se esta foi minha última luta, se vou me aposentar. Não achava que fosse perder. Por enquanto, quero descansar com minha família", disse.
Para enfrentar De la Hoya, Hopkins recebeu a maior bolsa de sua vida: US$ 15 milhões. O badalado adversário ganhou o dobro. O combate foi o que mais dinheiro envolveu na história -excluídos os duelos de pesos-pesados.
A luta despertou tamanho interesse porque pela primeira vez um pugilista teve a chance de unificar os quatro cinturões. O número máximo de entidades envolvidas até o momento havia sido três: CMB, AMB e FIB.


Com agências internacionais

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